A Universidade
Federal do Pampa (Unipampa) suspendeu as aulas, primeiramente, até o dia 28 de
março. Porém, devido o aumento de casos confirmados do COVID-19 (Coronavírus) e
a facilidade de transmissão e contagio, a suspensão passou a ser por tempo
indeterminado.
Serviços administrativos foram
reduzidos e outros suspensos, como as aulas e o restaurante universitário. Isso
não impediu que os servidores públicos fossem atacados pelo governo federal,
que enfrentou pedidos de redução salarial, suspensão dos aumentos salariais
referentes à progressão, e também a tentativa de implantação das aulas pela
modalidade EAD.
PRECARIZAÇÃO DO ENSINO, DA APRENDIZAGEM E DA
PROFISSÃO DOCENTE.
Em meio à pandemia, o MEC
(Ministério da Educação) sugere que as aulas fossem através da modalidade EAD,
a qual a Unipampa se posicionou de maneira contraria. Para a Sesunipampa, a
modalidade EAD precariza o processo de ensino-aprendizado, bem como a própria
profissão docente, tendo em vista que as aulas presenciais são fundamentais
para que realmente exista educação de qualidade.
Alguns relatos, como o do atual
tesoureiro da Sesunipampa, o Prof. Rafael Campus, da Unipampa de Jaguarão, já
apresentam questões da precarização da profissão docente durante a pandemia, já
que com a quarentena, é mais propicio que se perca a noção do tempo que se
destina ao trabalho.
“A principal dificuldade, que é em verdade uma condição quase
que permanente do trabalho docente, está no fato de que é muito difícil separar
o ambiente e o horário de trabalho do período de lazer. O trabalho acaba sendo
intermitente. Definitivamente não dá para se sentir de férias”
Outras dificuldades, como permanecer em
isolamento social e distante fisicamente de pessoas queridas também foram
mencionadas pelos discentes da Unipampa, mas para o Prof. Renatho da Costa, do
Campus de Santana do Livramento, tais dificuldades são remediáveis e
recuperadas posteriormente.
“Creio que a maior dificuldade seja a interação social de
fato, apesar de realizamos virtualmente. Trabalho com projetos de extensão,
tenho muito contato com pessoas e isso é fundamental para mim. Acho que
profissionalmente, os possíveis prejuízos que possamos ter, são recuperáveis,
então, nesse momento, vou fazendo o que é possível”
Mesmo com tais afirmações, ambos os
professores afirmam concordar com as recomendações da OMS e não veem motivo
para o descumprimento delas. Para o prof. Renatho, o isolamento social é
fundamental para a contenção da pandemia:
“Não vejo razão para questionar a determinação de ficar em
casa. Especialistas em epidemiologia têm apontado a importância dessa prática,
então, me parece que nesse caso tenho mesmo é que acatar. Por tudo que li e
busquei me informar, me parece que essa é a maneira mais efetiva de controlar a
pandemia, então, que acatemos”
O prof. Rafael também atenta para a
pouca mudança de realidade acadêmica no que se refere ao fato de estar em casa,
tendo em vista que a rotina docente envolve, também, o trabalho fora do
ambiente da universidade. A preparação das aulas, checagem de e-mails e as
sucessivas horas de trabalho continuam com pouca diferença:
“A rotina de trabalho tem sido a mesma, com a diferença de
que não estou em sala de aula. É algo relativamente comum ao trabalho docente a
leitura, preparação de conteúdos, acompanhamento de e-mails fora do ambiente físico
da Universidade”
A Sesunipampa segue seu
funcionamento interno, atenta às tramitações na câmara e senado no que envolve
a categoria e na defesa do SUS, da pesquisa, da tecnologia e das universidades.
A DIFICULDADE DOS ALUNOS SEM O RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
Outra demanda emergente da comunidade acadêmica
diz respeito à alimentação dos discentes. Sem o restaurante universitário, os
alunos que permaneceram nas cidades universitárias da Unipampa estão com
dificuldades para fazer as refeições. Com a bolsa permanência sendo no valor de
R$ 410,00 (quatrocentos e dez reais) e a especulação imobiliária em alta, a
quantia em dinheiro não supre a demanda alimentícia. Campanhas de arrecadação
de cestas básicas foram efetuadas, com colaboração da Sesunipampa, para
remediar temporariamente a situação.
Em São Borja, os estudantes
receberam do restaurante “Bela Burguer” marmitas para o almoço, de segunda à
sábado, através de doações da população do município e do proprietário do
estabelecimento, assim como colaboradores para o feitio das refeições.
A distância e saudade de casa e dos
familiares também é uma problemática frequente entre os estudantes. A Tamires
Leal, estudante do campus São Borja, contou quais foram suas dificuldades
durante a pandemia:
Tenho tido dificuldade em lidar com a mudança de rotina,
tenho me sentido muito ansiosa pela insegurança e instabilidade que o momento
causa, ainda mais por não ter renda fixa e estar longe de casa.
Considerando o momento, questões
como o que fazer durante a quarentena também surgem, para que seja possível se
manter saudável físico e mentalmente. Para a discente, cuidar de si também faz
parte das tarefas da quarentena.
Tenho tentado me manter informada e construir uma nova rotina
da qual eu possa me cuidar e cuidar daquilo que esta ao meu alcance, no
caso exercícios físicos, leituras, cuidados com a casa e alimentação. É
importante lembrar que não é um momento de se sentir culpado por não ser
produtivo, é uma ocasião atípica que demanda paciência
.
PODEMOS NÃO ESTAR JUNTOS, MAS ESTAMOS UNIDOS EM
DEFESA DO SUS, DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E DO EMPREGO!
O Andes-SN e a CSP-Conlutas apresentam
alternativas políticas possíveis de combater o coronavírus, mas para isso, é
necessário que o governo federal decida governar para o seu povo, e não em
beneficio dos bancos e dos empresários. Atitudes radicais e efetivas são
fundamentais no processo de enfrentamento a pandemia, como por exemplo:
1)
Taxação das
grandes fortunas.
2)
Suspensão do
pagamento dos juros da dívida pública.
3)
Desobrigando o
pagamento de água, luz, IPTU.
4)
Realizando a
manutenção dos empregos e salários e proibindo demissões e redução de salários.
5)
Realizando a
auditoria da dívida pública brasileira, interna e externa, federal, municipal e
estadual.
6)
Revogando
imediatamente a EC 95 e investindo em saúde, ciência, tecnologia e educação.
k É importante que mesmo sem poder sair de casa devido a necessidade do
isolamento social, a indignação coletiva chegue aos representantes, e nesse
sentido, se manter informado através de meios de comunicação combativos, participar
de ações como os “barulhaços” e utilizar as redes sociais de maneira política e
critica são formas de lutar e enfrentar a pandemia e também o governo genocida
de Jair Bolsonaro, que contraria as orientações da OMS colocando em risco a
população brasileira.
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