sexta-feira, 17 de abril de 2020

A comunidade acadêmica da Unipampa e os impactos do COVID-19.

A Sesunipampa conversou com professores e alunos de alguns campus da Unipampa, e buscou saber sobre o dia-a-dia e as dificuldades que a comunidade acadêmica tem enfrentado durante a pandemia do COVID-19.



             A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) suspendeu as aulas, primeiramente, até o dia 28 de março. Porém, devido o aumento de casos confirmados do COVID-19 (Coronavírus) e a facilidade de transmissão e contagio, a suspensão passou a ser por tempo indeterminado.
            Serviços administrativos foram reduzidos e outros suspensos, como as aulas e o restaurante universitário. Isso não impediu que os servidores públicos fossem atacados pelo governo federal, que enfrentou pedidos de redução salarial, suspensão dos aumentos salariais referentes à progressão, e também a tentativa de implantação das aulas pela modalidade EAD.

PRECARIZAÇÃO DO ENSINO, DA APRENDIZAGEM E DA PROFISSÃO DOCENTE.
            Em meio à pandemia, o MEC (Ministério da Educação) sugere que as aulas fossem através da modalidade EAD, a qual a Unipampa se posicionou de maneira contraria. Para a Sesunipampa, a modalidade EAD precariza o processo de ensino-aprendizado, bem como a própria profissão docente, tendo em vista que as aulas presenciais são fundamentais para que realmente exista educação de qualidade.
            Alguns relatos, como o do atual tesoureiro da Sesunipampa, o Prof. Rafael Campus, da Unipampa de Jaguarão, já apresentam questões da precarização da profissão docente durante a pandemia, já que com a quarentena, é mais propicio que se perca a noção do tempo que se destina ao trabalho.

“A principal dificuldade, que é em verdade uma condição quase que permanente do trabalho docente, está no fato de que é muito difícil separar o ambiente e o horário de trabalho do período de lazer. O trabalho acaba sendo intermitente. Definitivamente não dá para se sentir de férias”

            Outras dificuldades, como permanecer em isolamento social e distante fisicamente de pessoas queridas também foram mencionadas pelos discentes da Unipampa, mas para o Prof. Renatho da Costa, do Campus de Santana do Livramento, tais dificuldades são remediáveis e recuperadas posteriormente.

“Creio que a maior dificuldade seja a interação social de fato, apesar de realizamos virtualmente. Trabalho com projetos de extensão, tenho muito contato com pessoas e isso é fundamental para mim. Acho que profissionalmente, os possíveis prejuízos que possamos ter, são recuperáveis, então, nesse momento, vou fazendo o que é possível”

            Mesmo com tais afirmações, ambos os professores afirmam concordar com as recomendações da OMS e não veem motivo para o descumprimento delas. Para o prof. Renatho, o isolamento social é fundamental para a contenção da pandemia:

“Não vejo razão para questionar a determinação de ficar em casa. Especialistas em epidemiologia têm apontado a importância dessa prática, então, me parece que nesse caso tenho mesmo é que acatar. Por tudo que li e busquei me informar, me parece que essa é a maneira mais efetiva de controlar a pandemia, então, que acatemos”

            O prof. Rafael também atenta para a pouca mudança de realidade acadêmica no que se refere ao fato de estar em casa, tendo em vista que a rotina docente envolve, também, o trabalho fora do ambiente da universidade. A preparação das aulas, checagem de e-mails e as sucessivas horas de trabalho continuam com pouca diferença:

“A rotina de trabalho tem sido a mesma, com a diferença de que não estou em sala de aula. É algo relativamente comum ao trabalho docente a leitura, preparação de conteúdos, acompanhamento de e-mails fora do ambiente físico da Universidade”

            A Sesunipampa segue seu funcionamento interno, atenta às tramitações na câmara e senado no que envolve a categoria e na defesa do SUS, da pesquisa, da tecnologia e das universidades.

A DIFICULDADE DOS ALUNOS SEM O RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
            Outra demanda emergente da comunidade acadêmica diz respeito à alimentação dos discentes. Sem o restaurante universitário, os alunos que permaneceram nas cidades universitárias da Unipampa estão com dificuldades para fazer as refeições. Com a bolsa permanência sendo no valor de R$ 410,00 (quatrocentos e dez reais) e a especulação imobiliária em alta, a quantia em dinheiro não supre a demanda alimentícia. Campanhas de arrecadação de cestas básicas foram efetuadas, com colaboração da Sesunipampa, para remediar temporariamente a situação.
            Em São Borja, os estudantes receberam do restaurante “Bela Burguer” marmitas para o almoço, de segunda à sábado, através de doações da população do município e do proprietário do estabelecimento, assim como colaboradores para o feitio das refeições.
            A distância e saudade de casa e dos familiares também é uma problemática frequente entre os estudantes. A Tamires Leal, estudante do campus São Borja, contou quais foram suas dificuldades durante a pandemia:

Tenho tido dificuldade em lidar com a mudança de rotina, tenho me sentido muito ansiosa pela insegurança e instabilidade que o momento causa, ainda mais por não ter renda fixa e estar longe de casa. 

            Considerando o momento, questões como o que fazer durante a quarentena também surgem, para que seja possível se manter saudável físico e mentalmente. Para a discente, cuidar de si também faz parte das tarefas da quarentena.

Tenho tentado me manter informada e construir uma nova rotina da qual eu possa me cuidar e cuidar daquilo que esta ao meu alcance, no caso exercícios físicos, leituras, cuidados com a casa e alimentação. É importante lembrar que não é um momento de se sentir culpado por não ser produtivo, é uma ocasião atípica que demanda paciência
PODEMOS NÃO ESTAR JUNTOS, MAS ESTAMOS UNIDOS EM DEFESA DO SUS, DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E DO EMPREGO!

            O Andes-SN e a CSP-Conlutas apresentam alternativas políticas possíveis de combater o coronavírus, mas para isso, é necessário que o governo federal decida governar para o seu povo, e não em beneficio dos bancos e dos empresários. Atitudes radicais e efetivas são fundamentais no processo de enfrentamento a pandemia, como por exemplo:

1)    Taxação das grandes fortunas.
2)    Suspensão do pagamento dos juros da dívida pública.
3)    Desobrigando o pagamento de água, luz, IPTU.
4)    Realizando a manutenção dos empregos e salários e proibindo demissões e redução de salários.
5)    Realizando a auditoria da dívida pública brasileira, interna e externa, federal, municipal e estadual.
6)    Revogando imediatamente a EC 95 e investindo em saúde, ciência, tecnologia e educação.


k               É importante que mesmo sem poder sair de casa devido a necessidade do isolamento social, a indignação coletiva chegue aos representantes, e nesse sentido, se manter informado através de meios de comunicação combativos, participar de ações como os “barulhaços” e utilizar as redes sociais de maneira política e critica são formas de lutar e enfrentar a pandemia e também o governo genocida de Jair Bolsonaro, que contraria as orientações da OMS colocando em risco a população brasileira. 

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