terça-feira, 17 de novembro de 2020

Campanha de sindicalização SESUNIPAMPA: Uma breve história sobre o sindicalismo. Sindicalize-se! Vamos fazer parte dessa história.

 


Dando continuidade à campanha de sindicalização que iniciou ontem (16 de novembro), a SESUNIPAMPA apresenta um pequeno artigo sobre a história do sindicalismo, buscando trazer a categoria uma reflexão sobre os avanços e contribuições que os sindicatos proporcionaram e ainda proporcionam na luta por direitos. Confira! 

UMA RESPOSTA AO CAPITALISMO

A história do sindicalismo parte desde o avanço na Revolução Industrial e do desenvolvimento do sistema capitalista no mundo, com início por meados do século XVIII, havendo o fortalecimento da burguesia e ocasionando o êxodo rural de milhares de trabalhadores e trabalhadoras para os centros urbanos por consequência da elevação dos latifúndios, expulsão de camponeses do campo e o desemprego, isso causou o surgimento de um proletariado urbano industrial e precarizado que vendia sua força de trabalho nessa nova indústria para uma patronal.

A PRECARIZAÇÃO DA VIDA HUMANA!

As condições de vida deste proletariado eram as piores, pois nas cidades não havia o mínimo possível de infraestrutura básica de sobrevivência, e no que tange ao âmbito do trabalho não existia nem um tipo de organização na defesa destes trabalhadores e trabalhadoras, o trabalho infantil era liberado a partir dos 6 anos de idade, as condições de saúde e segurança no trabalho eram inexistentes, as jornadas de trabalho variavam de 16 à 18 horas diárias e os salários eram miseravelmente um valor irrisório para subsistência destes trabalhadores e suas famílias.  

CRIANDO OS INSTRUMENTOS DE DEFESA, RESITENCIA E PROJETO DA CLASSE TRABALHADORA!

Neste contexto é que surgem os Sindicatos, organizações funcionando como uma ferramenta de luta dos trabalhadores para que estes através dela reivindicassem melhores condições de trabalho, salariais e de vida. Os sindicatos foram duramente reprimidos e proibidos de funcionarem legalmente ao redor do mundo até os anos finais do século XIX, isso sendo motivado diretamente pela perseguição política do estado e da burguesia, pois esta organização entrava em choque direto com os interesses do poder vigente e trazia uma nova forma de enfrentamento ao sistema capitalista que consolidava-se cada vez mais, esta forma foram as massivas greves e paralisações nas linhas de produções de fábricas e serviços.

 Esta tática tornou-se um marco para a história mundial dos trabalhadores e trabalhadoras, assim como do sistema capitalista, pois provou a importância e o elemento chave que é o trabalhador para a geração da riqueza para a patronal e burguesia, sem este trabalhador ou trabalhadora não há produção.

(Campanha da SESUNIPAMPA contra a Reforma Administrativa e em defesa da classe trabalhadora)

        Com o avanço do desenvolvimento da sociedade moderna outras categorias para além do operariado fabril organizaram-se e também fundaram suas organizações sindicais para reivindicarem seus direitos e terem força nas lutas sociais que permeiam o tecido social, como exemplo os sindicatos docentes que lutam por melhores condições de trabalho e por uma educação de qualidade e digna. 

E NO BRASIL... O SINDICALISMO SE FORMA NA CONSTRUÇÃO DA RESITENCIA E DA DEMOCRACIA!

 A origem do sindicalismo no Brasil se dá entorno da virada do século XIX para o século XX, com o fim da escravidão e o acentuamento da mão de obra imigrante, muitos destes com antigas ligações na Europa de tendências ideológicas anarquistas e socialistas, no Brasil começam a organizarem-se em pequenas associações de trabalhadores e nestas eram tratados problemas do trabalho e da vida social deste proletariado. No Brasil os problemas relacionados à não garantia de direitos trabalhistas e de segurança eram acentuados e as jornadas de trabalho chegavam durar até 17 horas diárias.

A partir de 1930 temos de forma massiva a acentuação dos movimentos sindicais brasileiros, com Vargas temos o reconhecimento desse movimento, porém os direitos e liberdades sindicais ficam manipuladas e vedadas ao controle estatal e de seu governo, aquelas entidades que discordavam de tal situação foram severamente perseguidas e atacadas pelas forças repressivas do governo. Após este período no Brasil novamente se tem as liberdades políticas e democráticas garantidas para estas entidades que começam a protagonizar grandes lutas e embates por direitos sociais no país, como exemplo as reivindicações pelas reformas na área agrária, tributária, eleitoral, bancária, urbana e educacional.


(Campanha da SESUNIPAMPA de mobilização da categoria docente contra os ataques do governo federal)

 Até meados de 1964 os sindicatos dispunham de suas liberdades, após 1964 o Golpe Civil Militar novamente caça os direitos de organização dos trabalhadores e a legalidade dos sindicatos de funcionarem. Nem por isso os sindicatos desistiram da luta, mesmo tendo duras perdas de seus militantes vitimados pela ditadura, a partir de 1968 temos novamente os sindicatos protagonizando grandes mobilizações, principalmente no ABC paulista.

Os sindicatos tiveram grande importância na redemocratização brasileira e após duras perdas e incansáveis lutas no ano de 1985 se tem o fim da Ditadura Cívico-Militar no Brasil.

Fica evidente a importância histórica dos sindicatos e dos movimentos sindicais ao longo do desenvolvimento da vida humana, na defesa da dignidade e dos direitos dos trabalhadores, assim como pela busca de uma nova sociedade para além da exploração do trabalho e alienação dos seres humanos.     

E NA UNIPAMPA JÁ SÃO 12 ANOS DE UM SINDICATO AUTONOMO E DE LUTAS!!!

 

Em 21 de fevereiro de 2008 nascia SESUNIPAMPA, na época tendo como presidente professor Alessandro Bica, do campus Bagé, como diziam uma conquista real dos professores de uma universidade nova e de realidade multicampi e que tinha todos o campi representados, nos 13 cargos da diretoria. Alegrete, Bagé, Caçapava do Sul, Dom Pedrito, Itaqui, Jaguarão, São Borja, São Gabriel, Santana do Livramento e Uruguaiana. Compunham a chapa (única) “Ousadia e Liberdade”. Diziam ainda “A partir de agora estamos todos mais fortes!

E tinham razão, já são 12 anos de luta onde a SESUNIPAMPA mobiliza a base docente, debate e encaminha de forma democrática suas necessidades e seus diretos, luta em nível nacional realizando greves e mobilizações afirmando a universidade pública e gratuita, informa, cobra, discute mas principalmente sente junto com a categoria o dia adia de trabalhar na campanha e na fronteira oeste.

É nessa região rica em história, de economia assentada principalmente na lida do campo e empobrecida pelos sucessivos modelos econômicos, que a SESUNIPAMPA vai atuar transformando mais uma irresponsabilidade das elites em uma ação consequente, capaz de contribuir para o desenvolvimento do povo pampeano.” – Manoel Luis Martins da Cruz (Maneca) – 1ª secretário da regional Rio Grande do Sul do ANDES-SN – Março de 2008

 

E AI? VAMOS CONTINUAR ESSA HISTÓRIA!

 

 

                                                            (Arquivo histórico da SESUNIPAMPA)

Nesse sentido, a SESUNIPAMPA convida a categoria a refletir sobre a contínua construção do sindicato que representa os docentes da UNIPAMPA, e que façam parte desse processo democrático com a finalidade de defender os direitos trabalhistas já adquiridos e lutar pelos que ainda não foram!



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