NOTA
ASSEMBLEIA SESUNIPAMPA:
NÃO
À NATURALIZAÇÃO DO ENSINO REMOTO E AO RETORNO DE AULAS PRESENCIAIS SEM
VACINAÇÃO PARA TODXS E SEM CONDIÇÕES SANITARIAS ADEQUADAS
1. Considerando
que o contexto de pandemia pela COVID 19 está ainda em curso, assolando a
população mundial há quase um ano, e onde no Brasil temos experienciado um dos
seus piores momentos com um número de vítimas acima de 1200 vidas por dia, fato
agravado pela postura negacionista frente a ciência pelo governo federal que
rebate, na ausência de uma política objetiva, transparente e efetiva de combate
a pandemia quer pela necessária afirmação da continuidade do auxilio
emergencial, quer por um plano efetivo de vacinas e neste quesito de uma
política nítida de aquisição de insumos.
2. Considerando
que nesse contexto um conjunto de universidade públicas, nas quais se incluem a
UNIPAMPA, tiveram que acatar modalidades de ensino remoto, forma amplamente
criticada por seus possíveis efeitos negativos: aumento da evasão e exclusão da
comunidade discente; sobrecarga de trabalho e consequente adoecimento
profissional, falta de formação adequada para a utilização de tecnologias
digitais, falta de auxilio de custo para
utilização de tais tecnologias na casa dos docentes e sofrimento psíquico por
experiencias não presenciais precárias e sem um retorno qualificado do processo
de ensino aprendizado.
3.
Considerando que os efeitos negativos se
concretizaram, como vimos a partir de diversos relatos de docentes e discentes
da UNIPAMPA, que relatam exaustão, melancolia e agonia do processo remoto, do
crescente aumento de desistência de discentes durante as aulas realizadas, da
sua dificuldade de acompanhamento (de infraestrutura-rede e pedagógico), da
compreensão de tempo dos semestres que acelera e desqualifica o processo entre
outros elementos que demonstram a precarização de nossa atividade e sintomas e
situações de adoecimento profissional. Isto se agrava pela falta de informações
institucionais, fundamentais para a realização de um balanço crítico de tal
experiencia, razão pela qual os docentes
sentem-se isolados nesse processo. Neste sentido reforça-se que neste cenário o
ensino remoto não pode ser naturalizado como forma padrão, mas sempre focado em
sua dimensão excepcional e a dinâmica geradas: de oferta somente de componentes
eletivos, de redução da oferta, e do
processo pedagógicos remotos nocivos a construção do conhecimento
crítico.
4. Considerando
que já nossa vocação universitária é das aulas presencias e que todos e todas
queremos voltar a tal dinâmica e ainda não o fizemos pro culpa única e
exclusiva do governo Bolsonaro – que, ao negar a pandemia e a ciência atrasa,
as possibilidades de retorno efetivo – devemos reafirmar, com o agora processo
de vacinação em curso truncado e mal gerenciado em nível federal que qualquer
voltas as atividades presencias só poderá ocorrer com a vacinação para todas e
todos e que devemos respeitar a ordem do PNI e afirmar complementarmente as
condições sanitárias necessárias dos prédios, dos equipamentos, do número de
pessoas e etc. A volta precisa ser muito bem planejada e com sólidos protocolos
de segurança construídos cientificamente e com a comunidade acadêmica. A volta,
ou a pós-pandemia, deverá ser processual, gradativa e afirmando que todas as
vidxs importam.
Neste
sentido, a SESUNIPAMPA/ANDES-SN a partir da análise de conjuntura realizada em
assembleia geral, ocorrida no dia 04 de fevereiro, reafirma as reflexões da
base docente:
a) Transparência
nos dados sobre o funcionamento das atividades acadêmicas durante a pandemia
(salientamos que foi encaminhado pela nossa assessoria jurídica um pedido
formal de informações para a reitoria) para que possamos realizar os
necessários balanços críticos e formas possíveis de humanização enquanto durar
tal modalidade.
b) A
volta as atividades presenciais somente serão apoiadas com vacina para todos e
todas e condições sanitárias adequadas, indicando uma greve sanitária se ocorrer
qualquer outra alternativa que exponha a vida de nossa comunidade acadêmica
A
Sesunipampa estará sempre na luta pelos direitos da categoria e por uma
universidade pública, gratuita, laica e com ensino de qualidade.
SESUNIPAMPA,
11 DE FEVERERIO DE 2021
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