NOTA 003/2020 – Em defesa das férias e
descanso docente: manifestando contrariedade à proposta de calendário acadêmico
Em
15 de março de 2021, a SESUNIPAMPA realizou assembleia docente que tinha como
uma pauta central: Posição da categoria sobre férias docentes - análise da
resposta da reitoria pelo ofício 088/2021 que respondia a nota publica da
SESUNIPAMPA 002/2021. Neste sentido:
1 – Considerando que as férias são um direito inalienável da classe
trabalhadora e que a proposta original apresentada e referendada pelo ofício
supracitado não contempla prazos necessários, pois fragmenta o período de 65
dias mencionados em quatro momentos: 30 dias de janeiro, já efetivados, 22 em maio/junho,
16 em novembro e 15 que coincidem com o recesso de final do ano em dezembro.
Esta fragmentação ignora:
a)
a
situação de cansaço em que a categoria está submetida desde o início das
atividades remotas em setembro de 2021 e a agrava, pois serão 56 semanas com
pouco ou nenhum espaço efetivo de descanso (férias);
b)
Confunde
o necessário recesso acadêmico para reorganização dos planos de ensino e
preparação do próximo período letivo com o período para o gozo efetivo das
férias. Assim, a título de exemplo, o período de 22 dias entre maio e junho
seria para reorganizar o processo de ensino aprendizado e, se considerado como
férias, prejudicaria essas levando a necessários interrompimentos de férias;
c)
Além
do mais, nesta configuração apresentada com tais intervalos, nenhum docente
conseguiria tirar no mínimo 30 dias em um só mês – agravando a situação de
exaustão;
d)
A
proposta e a resposta pelo referido ofício da reitoria não equacionam um problema
estrutural: férias para os docentes que ministram aulas em graduação e pós-graduação
(com calendários diferentes, portanto), levando ao acúmulo de tarefas,
inviabilização do gozo das férias e aumento do estado de exaustão. Ou seja, não
se trata aqui de viabilizar calendários acadêmicos (graduação e pós), mas de
olhar com dignidade para as pessoas que viabilizam tais calendários.
2 – Considerando que vivenciamos um momento de excepcionalidade por conta
da pandemia de COVID 19 que tem remetido a categoria a desenvolver suas
atividades a partir das AERES e, portanto, do ensino remoto – modalidade que
implantamos de maneira emergencial e configura:
a)
Um
situação extremamente exaustiva, pois submete a categoria docente a altas
cargas horárias, a um processo de preparação de aulas detalhado e fragmentado,
a um processo de ensino aprendizado partido e para o qual não fomos preparados,
a pressão psicológica de saber dos problemas estruturais de acompanhamento por
parte da comunidade discente e, enfim, de um funcionamento precário – o que
necessita ser avaliado urgentemente pela instituição, servindo como aprendizado
para novas edições de calendários acadêmicos. Voltar a um período de 18 semanas
sem essa avaliação e pensar o ensino remoto em termos presenciais só aumentara
a situação de cansaço.
b)
A
comunidade acadêmica hoje percebe o aumento da pandemia e ao mesmo tempo de
pressões para volta às aulas presenciais, vide o que acontece no ensino básico
e médio, e não consegue ter tranquilidade para se planejar, pois transforma-se
a instabilidade da pandemia em instabilidade no calendário. Urge definirmos um
calendário bem antecipado e discutido prevendo a modalidade remota até se ter
as condições sanitárias e vacina para todos. A comunidade acadêmica encontra-se
em estágio de esgotamento e, muitas vezes, se sente abandonada institucionalmente;
c)
Urge,
também, pensar a consonância mínima entre as atividades de pós-graduação e de
graduação valorizando ambas as atividades e integrando as em uma agenda
racional e harmônica que leve em conta as férias para todos. Passa-se, muitas
vezes, uma impressão equivocada de que durante as férias ou recesso
administrativos a comunidade docente não fez nada, mas como já referido é
realizada toda a parte de orientações e a organização das atividades de ensino
continuam. Estamos trabalhando sem parar!!!
A partir do disposto a assembleia docente reivindica:
A
revogação da proposta inicial e defendida no ofício 088/2021 e sua revisão na
seguinte perspectiva
·
Afirmar
dois períodos de 30 dias de férias coletivas e logo em consonância com toda a estrutura
da UNIPAMPA e as atividades de graduação, pôs graduação, pesquisa e extensão):
um período em julho e outro em janeiro que não se confundam com os intervalos
administrativos já previstos;
·
Afirmar a
modalidade de ensino remoto, a partir das adequações temporais solicitadas para
os semestres de 2021/01 e 2021/02 para tranquilizar e estabilizar o necessário
planejamento da categoria e afirmar o tempo necessário para uma volta após a
vacinação de todos e a instituição de condições sanitárias adequadas.
Sem mais
Diretoria SESUNIPAMPA
março de 2021
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