terça-feira, 16 de março de 2021

NOTA 003/2020 – Em defesa das férias e descanso docente: manifestando contrariedade à proposta de calendário acadêmico


NOTA 003/2020 – Em defesa das férias e descanso docente: manifestando contrariedade à proposta de calendário acadêmico

            Em 15 de março de 2021, a SESUNIPAMPA realizou assembleia docente que tinha como uma pauta central: Posição da categoria sobre férias docentes - análise da resposta da reitoria pelo ofício 088/2021 que respondia a nota publica da SESUNIPAMPA 002/2021. Neste sentido:

1 – Considerando que as férias são um direito inalienável da classe trabalhadora e que a proposta original apresentada e referendada pelo ofício supracitado não contempla prazos necessários, pois fragmenta o período de 65 dias mencionados em quatro momentos: 30 dias de janeiro, já efetivados, 22 em maio/junho, 16 em novembro e 15 que coincidem com o recesso de final do ano em dezembro. Esta fragmentação ignora:

a)      a situação de cansaço em que a categoria está submetida desde o início das atividades remotas em setembro de 2021 e a agrava, pois serão 56 semanas com pouco ou nenhum espaço efetivo de descanso (férias);

b)     Confunde o necessário recesso acadêmico para reorganização dos planos de ensino e preparação do próximo período letivo com o período para o gozo efetivo das férias. Assim, a título de exemplo, o período de 22 dias entre maio e junho seria para reorganizar o processo de ensino aprendizado e, se considerado como férias, prejudicaria essas levando a necessários interrompimentos de férias;

c)      Além do mais, nesta configuração apresentada com tais intervalos, nenhum docente conseguiria tirar no mínimo 30 dias em um só mês – agravando a situação de exaustão;

d)     A proposta e a resposta pelo referido ofício da reitoria não equacionam um problema estrutural: férias para os docentes que ministram aulas em graduação e pós-graduação (com calendários diferentes, portanto), levando ao acúmulo de tarefas, inviabilização do gozo das férias e aumento do estado de exaustão. Ou seja, não se trata aqui de viabilizar calendários acadêmicos (graduação e pós), mas de olhar com dignidade para as pessoas que viabilizam tais calendários.

2 – Considerando que vivenciamos um momento de excepcionalidade por conta da pandemia de COVID 19 que tem remetido a categoria a desenvolver suas atividades a partir das AERES e, portanto, do ensino remoto – modalidade que implantamos de maneira emergencial e configura:

a)      Um situação extremamente exaustiva, pois submete a categoria docente a altas cargas horárias, a um processo de preparação de aulas detalhado e fragmentado, a um processo de ensino aprendizado partido e para o qual não fomos preparados, a pressão psicológica de saber dos problemas estruturais de acompanhamento por parte da comunidade discente e, enfim, de um funcionamento precário – o que necessita ser avaliado urgentemente pela instituição, servindo como aprendizado para novas edições de calendários acadêmicos. Voltar a um período de 18 semanas sem essa avaliação e pensar o ensino remoto em termos presenciais só aumentara a situação de cansaço.

b)     A comunidade acadêmica hoje percebe o aumento da pandemia e ao mesmo tempo de pressões para volta às aulas presenciais, vide o que acontece no ensino básico e médio, e não consegue ter tranquilidade para se planejar, pois transforma-se a instabilidade da pandemia em instabilidade no calendário. Urge definirmos um calendário bem antecipado e discutido prevendo a modalidade remota até se ter as condições sanitárias e vacina para todos. A comunidade acadêmica encontra-se em estágio de esgotamento e, muitas vezes, se sente abandonada institucionalmente;

c)      Urge, também, pensar a consonância mínima entre as atividades de pós-graduação e de graduação valorizando ambas as atividades e integrando as em uma agenda racional e harmônica que leve em conta as férias para todos. Passa-se, muitas vezes, uma impressão equivocada de que durante as férias ou recesso administrativos a comunidade docente não fez nada, mas como já referido é realizada toda a parte de orientações e a organização das atividades de ensino continuam. Estamos trabalhando sem parar!!!

 

A partir do disposto a assembleia docente reivindica:

A revogação da proposta inicial e defendida no ofício 088/2021 e sua revisão na seguinte perspectiva

·         Afirmar dois períodos de 30 dias de férias coletivas e logo em consonância com toda a estrutura da UNIPAMPA e as atividades de graduação, pôs graduação, pesquisa e extensão): um período em julho e outro em janeiro que não se confundam com os intervalos administrativos já previstos;

·         Afirmar a modalidade de ensino remoto, a partir das adequações temporais solicitadas para os semestres de 2021/01 e 2021/02 para tranquilizar e estabilizar o necessário planejamento da categoria e afirmar o tempo necessário para uma volta após a vacinação de todos e a instituição de condições sanitárias adequadas.

Sem mais 

Diretoria SESUNIPAMPA março de 2021


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