Convocada desde o dia 10 de
julho, aconteceu ontem dia 16 de julho uma assembleia geral virtual da
SESUNIPAMPA em caráter extraordinário, a partir da brecha legal oportunizada
pela lei 14010/20 que nos permite discutir e deliberar sobre questões
importantes que não podiam esperar.
Embora não seja parte de
nossa metodologia usual que parte do principio da democracia direta e
presencial, tivemos a oportunidade de, mesmo de forma virtual resgatar o
princípio máximo de nosso sindicato: a democracia pela base.
Iniciada, a assembleia em segunda chamada e
assim regimentalmente podendo deliberar por qualquer quórum, criamos a s
condições para refletir sobre a realidade que ora nos assola e poder pensar
intervenções sobre ela. Veja a participação e reflexão da base em números que
demonstra a intensidade e compromisso da categoria em pensar sua realidade:
Atividade
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Quantidade
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Docentes participantes
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50
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Campi
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08 - São Borja, São Gabriel, Jaguarão,
Dom Pedrito, Bagé, Itaqui e Caçapava do Sul,
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Intervenções
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25
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Propostas
votadas e aprovadas
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09
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Duração
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3,2h
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Confira
agora uma síntese do que foi discutido em cada ponto da pauta: 1) Conjuntura;
2) Enfrentamento ao COVID-19 e posição sobre o ensino remoto na UNIPAMPA; 3) Eleição
de delgado e observadores para CONAD extraordinário e 4) Informes gerais.
1) A conjuntura
atual
A
primeira e necessária reflexão realizada foi sobre a atual conjuntura que
estamos, inédita, a partir da maior crise sanitária que já vivenciamos. O
professor Gabriel Chati de Jaguarão, também produtor cultural e 2º tesoureiro
da SESUNIPAMPA introduziu o tema abordando três questões, confira alguns
trechos de sua fala:
a) A crise
do capitalismo em nível mundial e sua reação barbara a pandemia querendo priorizar o mercado e não
as vidas humanas, conforme o professor:
“Desde
logo precisamos, enquanto categoria, considerar que a atual crise econômica,
social, ambiental e política é constituinte do sistema de produção capitalista.
O contexto da pandemia vem a agravar um quadro que já se apresentava e, nesse
sentido, precisamos estar vigilantes quanto a uma ofensiva contra os
trabalhadores e trabalhadoras que se intensifica. Diante de uma emergência
sanitária de enorme envergadura e consequências gravíssimas, Estados nacionais
agem para salvar o mercado financeiro em detrimento da reestruturação da
economia e das relações de trabalho.” (Gabriel Chati)
b) o ensino remoto que acelera
a mercantilização do ensino, demonstra o compromisso ultraliberal do governo
Bolsonaro e usa a pandemia como desculpas para cortar gastos. Nesse sentido
Chati diz:
“Precisamos
considerar a própria pandemia como resultado do avanço da fronteira agrícola e
do consumismo e, no campo da educação, resistir a naturalização do ensino
remoto ou à distância que atualmente desconsidera uma série de condições
objetivas para sua boa execução como o preparo, a formação e o acesso de todas
as pessoas envolvidas. O ERE acelera o projeto de mercantilização do ensino, em
linha com interesses mais ou menos manifestos do neoliberalismo presentes no
governo Bolsonaro e conluio com a família Guedes.” (Gabriel Chati)
c) o
papel estratégico das instituições públicas que através de pesquisas pode continuar auxiliando
efetivamente no combate da pandemia , assim como aas organizações de classe que
tem um papel central na disputa pela hegemonia de uma nova sociabilidade:
O
papel das instituições públicas e de classe é o da organização de uma
contraofensiva aos trabalhadores e trabalhadoras. Através da pesquisa,
auxiliamos efetivamente no combate à emergência sanitária, pelo ensino,
seguimos contribuindo com a formação crítica dos educandos para lidar com um
novo contexto de crise aguda e de hegemonia em disputa.(Gabriel Chati)
1) O
enfrentamento ao COVID 19 e a posição sobre ensino remoto na UNIPAMPA
A segunda reflexão foi sobre
a proposta de volta as aulas através da modalidade de ensino remoto, definida
como ERE, que esta sendo discutida na universidade desde o inicio de Junho. A
discussão foi intensa e demonstrou a necessidade da categoria pensar seu futuro
e o futuro da UNIPAMPA. O momento de pandemia nos unifica em ser solidários e
buscar alternativas de volta as aulas, algo que todos manifestaram querer. As
maiores polemicas, condição necessária, do debate democrático, foram sobre como
voltar? De que maneira? Em que condições?
Neste sentido após ampla
discussão foram apresentadas 09 propostas que foram votadas e se transformaram
na referencia, construída pela base para a ação do sindicato e da categoria.
Neste sentido a SESUNIPAMPA lançou a nota 004/20 (confira a nota completa aqui:
https://sesunipampa.blogspot.com/2020/07/nota-0042020-da-sesunipampa.html),
devidamente encaminhada a reitoria com o teor completo das propostas. Confira
uma breve síntese de cada proposta e vamos juntos construir nossa luta:
A
categoria aprovou:
Processo de discussão acelerado e verticalizado
1) “Reafirmamos posições já manifestadas nas
notas 001/20, 002/20, 003/20 e a nota conjunta com o SINDPAMPA de que a forma como a reitoria tem conduzido o processo de volta as aulas por ensino
remoto tem sido aceleradas, verticalizadas e acabam contribuindo para um
aumento da ansiedade e adoecimento profissional e fragilizando as relações
democráticas necessárias para esse necessário dialogo na comunidade acadêmica.”
(NOTA 004/20)
Nenhum
docente pode ser excluído
2)
“alerta da insuficiência de propostas para
comunidade discente que garanta a universalidade do acesso nas atividades de
ERE. Que busquem dar conta -para além das bolsas já oferecidas ou em processo
de oferecimento- da não exclusão de nenhum discente. Precisamos compreender que
com a pandemia a precarização da realidade de vários estudantes aumentou, ou
seja as condições de pobreza e de desigualdade social no pais estão piores.”
A
necessidade de pesquisa e levantamentos
3) “Que a proposta
final de volta as aulas por ensino remoto seja embasada e elaborada a partir de
diagnósticos representativos e publicizados amplamente que demonstrem a
realidade de acesso e os nos críticos a serem resolvidos.”
Afirmação
da liberdade de cátedra
4) “Que em qualquer
proposta de utilização de tecnologias digitais a partir de diferentes
plataformas seja garantido e assegurado a liberdade de cátedra: de ensinar e
aprender com autonomia e tranquilidade. Este direito fundamental tem sido ameaçado
constantemente nos tempos de controle ideológico que vivenciamos.”
Gravação
de aulas só por consentimento
5) “Consolidando a
afirmação da liberdade de cátedra, deve ser garantido nesse processo de
implementação do ensino remoto em tempos pandêmicos a garantia e
preservação do direito de imagem e de
escolha pelo docente se este quer gravar sua aula ou não.”
A
defesa de tecnologias de plataformas digitais públicas
6) “A UNIPAMPA como
uma universidade pública neste processo, colocado pela excepcionalidade do
momento pandêmico, deve se comprometer com o desenvolvimento e aperfeiçoamento
de plataformas públicas e com softwares livres para o desempenho das atividades
pedagógicas.”
Oferta
de componentes optativos
7) “Que a oferta na
modalidade ensino remoto pautada pelo momento de pandemia, justamente por isso
seja com componentes optativos(ensino) e que seja integrada com as atividades
de extensão e pesquisa. Buscando assim, a realização de projetos integrados
construídos no processo interativo entre professores e alunos.”
Afirmação
do direito a progressão e promoção
8) !Que seja afirmado
nesse processo provisório de volta as aulas o direito a progressão e promoção e
que isso seja universal e amplamente publicizado. Pois embora ainda não
tenha-se desenvolvido o ERE, desde março os docentes se envolvem e desenvolvem
atividades de trabalho remoto através de webnários, orientações, atividades de
extensão e pesquisa e etc.!
Fluxo
de construção da proposta de forma democrática
9) Que o fluxo de
contato para dúvidas e sugestões para a Reitoria seja organizado a partir da
atuação do GT que atualmente coordena a construção da proposta de ensino
remoto. Permitindo mais interação e agilizando e democratizando o processo.
3) Eleição
de delegado(a) e observadores para a reunião do CONAD virtual extraordinário
Na
terceira e última discussão realizada na assembleia foi construída uma
delegação para participar do CONAD, o Conselho do Sindicato Nacional dos
Docentes de Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) que reúne todos os
anos entre o primeiro e segundo semestre e tem como função atualizar a leitura
de conjuntura e as lutas do ANDES-SN deliberadas em seu congresso.
Este
ano, de renovação da direção nacional, ele aconteceria em junho em Vitoria da
Conquista na Bahia, porem em virtude da pandemia, as chapas consensuaram em
adiar eleição e o próprio CONAD. Se encaminhou a prorrogação do mandato da
diretoria para a justiça que devolveu e não homologou. Ou seja ao mandato esta
para vencer, que pode nos colocar numa situação de instabilidade jurídica em
pleno enfrentamento do projeto neoliberal de Bolsonaro. Neste sentido com base
na lei 14010/2020 foi convocado um CONAD extraordinário para os dias 30 e 31 de
julho com pauta especifica: a) conjuntura e b) Prorrogação do mandato da
diretoria nacional.
Cada
seção sindical tem direito a eleger em assembleia de base um delegado(a) e dois
observadores. Assim na perspectiva de consolidar politica juridicamente nossa
entidade nacional, assim como atualizar nossa leitura sobe a conjuntura elegemos nossa delegação:
Delegado:
Professor Cesar Beras – Sociólogo – campus São Borja – atual presidente da
SESUNIPAMPA
1ª
Observadora (suplente): Professora Elisangela Maia Pessoa – Assistente Social –
campus São Borja
2ª
Observadora: Professora Adriana Hartmink Cantini – Advogada – campus São Borja
E
assim afirmando a nossa participação em nível nacional tivemos breves informes
e encerramos nossa assembleia geral virtual.
Até
a próxima e boa luta!
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