sexta-feira, 17 de julho de 2020

SESUNIPAMPA realiza assembleia geral virtual: Mesmo em tempos de pandemia o compromisso com a democracia na base continua.



Convocada desde o dia 10 de julho, aconteceu ontem dia 16 de julho uma assembleia geral virtual da SESUNIPAMPA em caráter extraordinário, a partir da brecha legal oportunizada pela lei 14010/20 que nos permite discutir e deliberar sobre questões importantes que não podiam esperar.
Embora não seja parte de nossa metodologia usual que parte do principio da democracia direta e presencial, tivemos a oportunidade de, mesmo de forma virtual resgatar o princípio máximo de nosso sindicato: a democracia pela base.
 Iniciada, a assembleia em segunda chamada e assim regimentalmente podendo deliberar por qualquer quórum, criamos a s condições para refletir sobre a realidade que ora nos assola e poder pensar intervenções sobre ela. Veja a participação e reflexão da base em números que demonstra a intensidade e compromisso da categoria em pensar sua realidade:
Atividade
Quantidade
Docentes participantes
50
Campi
08 - São Borja, São Gabriel, Jaguarão, Dom Pedrito, Bagé, Itaqui e Caçapava do Sul,
Intervenções
25
Propostas votadas e aprovadas
09
Duração
3,2h

Confira agora uma síntese do que foi discutido em cada ponto da pauta: 1) Conjuntura; 2) Enfrentamento ao COVID-19 e posição sobre o ensino remoto na UNIPAMPA; 3) Eleição de delgado e observadores para CONAD extraordinário e 4) Informes gerais.



1)    A conjuntura atual
A primeira e necessária reflexão realizada foi sobre a atual conjuntura que estamos, inédita, a partir da maior crise sanitária que já vivenciamos. O professor Gabriel Chati de Jaguarão, também produtor cultural e 2º tesoureiro da SESUNIPAMPA introduziu o tema abordando três questões, confira alguns trechos de sua fala:
a) A crise do capitalismo em nível mundial e sua reação barbara  a pandemia querendo priorizar o mercado e não as vidas humanas, conforme o professor:

“Desde logo precisamos, enquanto categoria, considerar que a atual crise econômica, social, ambiental e política é constituinte do sistema de produção capitalista. O contexto da pandemia vem a agravar um quadro que já se apresentava e, nesse sentido, precisamos estar vigilantes quanto a uma ofensiva contra os trabalhadores e trabalhadoras que se intensifica. Diante de uma emergência sanitária de enorme envergadura e consequências gravíssimas, Estados nacionais agem para salvar o mercado financeiro em detrimento da reestruturação da economia e das relações de trabalho.” (Gabriel Chati)
 b) o ensino remoto que acelera a mercantilização do ensino, demonstra o compromisso ultraliberal do governo Bolsonaro e usa a pandemia como desculpas para cortar gastos. Nesse sentido Chati diz:
“Precisamos considerar a própria pandemia como resultado do avanço da fronteira agrícola e do consumismo e, no campo da educação, resistir a naturalização do ensino remoto ou à distância que atualmente desconsidera uma série de condições objetivas para sua boa execução como o preparo, a formação e o acesso de todas as pessoas envolvidas. O ERE acelera o projeto de mercantilização do ensino, em linha com interesses mais ou menos manifestos do neoliberalismo presentes no governo Bolsonaro e conluio com a família Guedes.” (Gabriel Chati)

c) o papel estratégico das instituições públicas que através de  pesquisas pode continuar auxiliando efetivamente no combate da pandemia , assim como aas organizações de classe que tem um papel central na disputa pela hegemonia de uma nova sociabilidade:

O papel das instituições públicas e de classe é o da organização de uma contraofensiva aos trabalhadores e trabalhadoras. Através da pesquisa, auxiliamos efetivamente no combate à emergência sanitária, pelo ensino, seguimos contribuindo com a formação crítica dos educandos para lidar com um novo contexto de crise aguda e de hegemonia em disputa.(Gabriel Chati)

1)     O enfrentamento ao COVID 19 e a posição sobre ensino remoto na UNIPAMPA
A segunda reflexão foi sobre a proposta de volta as aulas através da modalidade de ensino remoto, definida como ERE, que esta sendo discutida na universidade desde o inicio de Junho. A discussão foi intensa e demonstrou a necessidade da categoria pensar seu futuro e o futuro da UNIPAMPA. O momento de pandemia nos unifica em ser solidários e buscar alternativas de volta as aulas, algo que todos manifestaram querer. As maiores polemicas, condição necessária, do debate democrático, foram sobre como voltar? De que maneira? Em que condições?
Neste sentido após ampla discussão foram apresentadas 09 propostas que foram votadas e se transformaram na referencia, construída pela base para a ação do sindicato e da categoria. Neste sentido a SESUNIPAMPA lançou a nota 004/20 (confira a nota completa aqui: https://sesunipampa.blogspot.com/2020/07/nota-0042020-da-sesunipampa.html), devidamente encaminhada a reitoria com o teor completo das propostas. Confira uma breve síntese de cada proposta e vamos juntos construir nossa luta:
A categoria aprovou:
Processo de discussão acelerado e verticalizado
1)     “Reafirmamos posições já manifestadas nas notas 001/20, 002/20, 003/20 e a nota conjunta com o SINDPAMPA de que  a forma como a reitoria tem conduzido  o processo de volta as aulas por ensino remoto tem sido aceleradas, verticalizadas e acabam contribuindo para um aumento da ansiedade e adoecimento profissional e fragilizando as relações democráticas necessárias para esse necessário dialogo na comunidade acadêmica.” (NOTA 004/20)


Nenhum docente pode ser excluído
2)     “alerta da insuficiência de propostas para comunidade discente que garanta a universalidade do acesso nas atividades de ERE. Que busquem dar conta -para além das bolsas já oferecidas ou em processo de oferecimento- da não exclusão de nenhum discente. Precisamos compreender que com a pandemia a precarização da realidade de vários estudantes aumentou, ou seja as condições de pobreza e de desigualdade social no pais estão piores.”

A necessidade de pesquisa e levantamentos
3) “Que a proposta final de volta as aulas por ensino remoto seja embasada e elaborada a partir de diagnósticos representativos e publicizados amplamente que demonstrem a realidade de acesso e os nos críticos a serem resolvidos.”

Afirmação da liberdade de cátedra
4) “Que em qualquer proposta de utilização de tecnologias digitais a partir de diferentes plataformas seja garantido e assegurado a liberdade de cátedra: de ensinar e aprender com autonomia e tranquilidade. Este direito fundamental tem sido ameaçado constantemente nos tempos de controle ideológico que vivenciamos.”

Gravação de aulas só por consentimento
5) “Consolidando a afirmação da liberdade de cátedra, deve ser garantido nesse processo de implementação do ensino remoto em tempos pandêmicos a garantia e preservação  do direito de imagem e de escolha pelo docente se este quer gravar sua aula ou não.”

A defesa de tecnologias de plataformas digitais públicas
6) “A UNIPAMPA como uma universidade pública neste processo, colocado pela excepcionalidade do momento pandêmico, deve se comprometer com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de plataformas públicas e com softwares livres para o desempenho das atividades pedagógicas.”

Oferta de componentes optativos
7) “Que a oferta na modalidade ensino remoto pautada pelo momento de pandemia, justamente por isso seja com componentes optativos(ensino) e que seja integrada com as atividades de extensão e pesquisa. Buscando assim, a realização de projetos integrados construídos no processo interativo entre professores e alunos.”

Afirmação do direito a progressão e promoção
8) !Que seja afirmado nesse processo provisório de volta as aulas o direito a progressão e promoção e que isso seja universal e amplamente publicizado. Pois embora ainda não tenha-se desenvolvido o ERE, desde março os docentes se envolvem e desenvolvem atividades de trabalho remoto através de webnários, orientações, atividades de extensão e pesquisa e etc.!

Fluxo de construção da proposta de forma democrática
9) Que o fluxo de contato para dúvidas e sugestões para a Reitoria seja organizado a partir da atuação do GT que atualmente coordena a construção da proposta de ensino remoto. Permitindo mais interação e agilizando e democratizando o processo.



3)    Eleição de delegado(a) e observadores para a reunião do CONAD virtual extraordinário
Na terceira e última discussão realizada na assembleia foi construída uma delegação para participar do CONAD, o Conselho do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) que reúne todos os anos entre o primeiro e segundo semestre e tem como função atualizar a leitura de conjuntura e as lutas do ANDES-SN deliberadas em seu congresso.
Este ano, de renovação da direção nacional, ele aconteceria em junho em Vitoria da Conquista na Bahia, porem em virtude da pandemia, as chapas consensuaram em adiar eleição e o próprio CONAD. Se encaminhou a prorrogação do mandato da diretoria para a justiça que devolveu e não homologou. Ou seja ao mandato esta para vencer, que pode nos colocar numa situação de instabilidade jurídica em pleno enfrentamento do projeto neoliberal de Bolsonaro. Neste sentido com base na lei 14010/2020 foi convocado um CONAD extraordinário para os dias 30 e 31 de julho com pauta especifica: a) conjuntura e b) Prorrogação do mandato da diretoria nacional.
Cada seção sindical tem direito a eleger em assembleia de base um delegado(a) e dois observadores. Assim na perspectiva de consolidar politica juridicamente nossa entidade nacional, assim como atualizar nossa leitura sobe a conjuntura  elegemos nossa delegação:
Delegado: Professor Cesar Beras – Sociólogo – campus São Borja – atual presidente da SESUNIPAMPA
1ª Observadora (suplente): Professora Elisangela Maia Pessoa – Assistente Social – campus São Borja
2ª Observadora: Professora Adriana Hartmink Cantini – Advogada – campus São Borja

E assim afirmando a nossa participação em nível nacional tivemos breves informes e encerramos nossa assembleia geral virtual.
Até a próxima e boa luta!



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