domingo, 23 de abril de 2017

Previdência: Mesmo com mudanças, PEC 287 continua penalizando trabalhadores


  Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN

Data: 20/04/2017


Previdência: Mesmo com mudanças, PEC 287 continua penalizando trabalhadores

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, da contrarreforma da Previdência, o deputado federal Arthur Maia (PPS/BA) apresentou na manhã de quarta-feira (19) seu relatório, com alterações na proposta, que destrói direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores brasileiros. A PEC recebeu um total de 164 emendas parlamentares.  Por acordo de lideranças, a votação do parecer deve ocorrer no dia 2 de maio, na comissão especial criada para debater o tema.

Entre as principais alterações na PEC 287/16 está a redução da proposta de idade mínima de aposentadoria para mulheres, de 65 para 62 anos. Os homens continuam com a idade mínima de contribuição de 65 anos. O tempo de contribuição para garantir acesso ao benefício integral também foi reduzido de 49 para 40 anos. Continua na proposta o tempo mínimo de 25 anos de contribuição para ter acesso à aposentadoria, tanto para trabalhadores da inciativa privada quanto do serviço público.

Com a mudança na proposta, também se chegou a um novo cálculo para o valor da aposentadoria. Para se alcançar ao valor final, será feita uma média com base em 70% da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994, com adição de mais 1,5 ponto percentual para cada ano que superar o mínimo de 25 anos. Se o trabalhador superar os 30 anos de contribuição, o acréscimo será de 2 pontos percentuais; a partir de 35 anos, 2,5 pontos percentuais. As mudanças valerão tanto para empregados da iniciativa privada, que estão no Regime Geral da Previdência Social (RGPS), quanto para servidores públicos, integrantes do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Políticos também estarão vinculados ao regime geral.

Ao contrário do que foi alardeado em veículos de comunicação, o substitutivo não exclui os servidores de estados e munícipios. Por exemplo, no que diz respeito à instituição da previdência complementar. O parágrafo 14 do texto explicita que  "a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão regime de previdência complementar para servidores ocupantes de cargo efetivo, observando-se, a partir de então, o limite máximo dos benefícios do regime geral de previdência social para o valor das aposentadorias e pensões no regime de que trata este artigo."

Segundo João Negrão, 2° tesoureiro do ANDES-SN e da coordenação do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) do Sindicato Nacional, as mudanças na PEC 287 têm o intuito de convencer a população brasileira de que o governo recuou. "Na prática, é o governo federal tentando transformar a proposta da contrarreforma da Previdência em algo mais palatável para a população e parlamentares, porque estes não estão preocupados com o conteúdo da contrarreforma em si, mas com a sobrevivência política e querem se manter elegíveis", criticou.

Na avaliação do diretor do Sindicato Nacional, as alterações são apenas "maquiagem", pois "reduz" os ataques, mas mantém o argumento de rombo na Previdência.
"Essa reforma altera sem modificar a lógica e argumento de que a previdência Social será deficitária, pois ela não é.  E esse é grande argumento do governo", completou.

Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Anfip), o sistema de Seguridade Social teve, em 2015, o superávit de R$ 11,4 bilhões; em 2014, R$ 53,9bi; em 2013, R$ 76,2 bi; em 2012, RS 82,7 bi. A entidade também afirma que, em 2016, foi realizada uma renúncia fiscal de verbas previdenciárias de R$ 55,161 bi por parte do governo federal.

João Negrão considera que a mobilização e a luta para barrar a contrarreforma da Previdência surtiram efeito. "Essas mudanças são formas do governo federal reagir a todo esse grande movimento contra a reforma da Previdência formado por centrais sindicais, entidades, sindicatos, servidores públicos, movimentos sociais, populares e estudantis e, a própria, população que se inteirou e se posicionou contra a reforma", finalizou o diretor do Sindicato Nacional.

Regras de transição
Segundo o relatório preliminar, em relação às chamadas regras de transição, a idade mínima prevista para as mulheres é 53 anos e vai aumentar um ano a cada dois anos até a trabalhadora chegar aos 62 anos. Para os homens, a idade mínima está prevista em 55 anos, com aumento de um ano a cada dois anos, até alcançar 65 anos.

Quem estiver nesta faixa etária e solicitar a aposentadoria terá que passar pelo chamado "pedágio", que será de 30% e não 50%, como proposto inicialmente, sobre o tempo de contribuição que falta para atingir o tempo atual de contribuição - 35 anos (homens) e 30 anos (mulheres). O pedágio é o período que o trabalhador terá que cumprir para alcançar o tempo de contribuição previsto nas regras atuais.

Servidores públicos 
Pelo substitutivo, a idade mínima para a aposentadoria para servidores públicos também será de 62 anos para mulheres e 65 para homens, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos, desde que cumprido pelo menos 10 anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria.  O valor do benefício será composto de 70% da sua média de remunerações e dos salários de contribuição que serviram de base para as contribuições, acrescido de 1,5% para cada ano que superar 25 anos de contribuição, 2% para cada ano que superar 30 anos de contribuição, e 2,5% para cada ano que superar 35 anos de contribuição, limitado a 100% da média.

"A aposentadoria será concedida somente se o servidor possuir, caso seja homem, no mínimo, 25 anos de contribuição e 65 anos de idade. Nessa hipótese, sua aposentadoria será calculada em 70% sobre a média. Supondo que esse servidor alcance uma média de remunerações de R$ 5.000,00 (cinco mil e quinhentos reais), valor próximo ao teto do INSS vigente em 2017, o valor do seu benefício será de R$ 3,5 mil. Se, todavia, o servidor possuir 30 anos de contribuição, seu percentual será de 77,5% da média (70% mais 7,5% [5*1,5%]). Logo, para alcançar o percentual máximo da média (100%), o servidor precisará possuir 40 anos de contribuição", explica a assessoria jurídica do Sindicato Nacional.

O texto proposto também exclui a aposentadoria por idade, proporcional ao tempo de contribuição vertido pelos servidores públicos que possuam 60 ou 65 anos de idade, mulheres e homens, respectivamente. "O titular de cargo efetivo não mais poderá se aposentar por idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, o que força aqueles que não completem o tempo mínimo de 25 anos contributivos a permanecerem em serviço até completar os 75 anos de idade, momento da aposentadoria compulsória", diz a assessoria.

Para os servidores que entraram antes da Emenda Constitucional 41/2003, os proventos de aposentadoria corresponderão "à totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, para aqueles que ingressaram no serviço público em cargo efetivo até 31 de dezembro de 2003 e se aposentarem com sessenta anos de idade, na hipótese do § 4º [efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio], e sessenta e cinco anos de idade nos demais casos". Cabe destacar que o texto do projeto traz algumas exceções.

No caso de aposentadoria por invalidez, o texto de Arthur Maia prevê que "o servidor titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, mediante perícia em saúde, enquanto permanecer nesta condição, desde que a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino sejam iguais ou inferiores aos de origem, mantida a remuneração do cargo de origem".

Aposentadoria Rural  
Na proposta original, a PEC igualaria a idade mínima dos trabalhadores urbanos e rurais. Agora, a idade mínima de aposentadoria para trabalhadoras rurais caiu de 60 para 57 anos, e para os homens, será de 60 anos. O tempo de contribuição será de 20 anos. Para os produtores rurais, a contribuição deverá ser feita de forma individual com alíquota calculada sobre o salário mínimo. Na regra atual, a contribuição é calculada a partir da produção vendida e prevê as idades mínimas de 60 anos para homens e 55 anos para mulheres, uma redução de 5 anos de idade em relação à aposentadoria do trabalhador urbano.

Pensão por Morte
O substitutivo manteve possibilidade de acúmulo de pensão e aposentadoria, mas com um teto de dois salários mínimos. Atualmente, a pensão é vitalícia e integral se a cônjuge ou companheira tiver 44 anos ou mais de idade. Pela PEC, o valor da pensão deixará de ser integral, sendo reduzido a 50% do teto do INSS, acrescido de 10 pontos percentuais por dependente, que inclui ela também, até o limite máximo de 100%. Não seria mais possível acumular pensão e aposentadoria e, neste caso, o segurado terá que optar pelo benefício de maior valor, que passaria a ser corrigido apenas pela inflação.

Benefício de Prestação Continuada
No caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC), o relator manteve as regras atuais sobre a vinculação do benefício com o salário mínimo. Porém, a idade mínima subiu para 65 anos até chegar a 68 anos. Na proposta original, a PEC desvinculava o BPC ao salário mínimo e a idade sugerida era de 70 anos. Entretanto, foi mantido no relatório o "grau de deficiência" para definir o acesso e o valor do benefício recebido, chamado de "avaliação biopsicossocial".

Atualmente, o benefício garante a transferência de um salário mínimo as pessoas idosas, com 65 anos ou mais, e com deficiência, que não tenham contribuído para a Previdência, e tenham renda per capita familiar de até 25% do salário mínimo.

Aposentadorias Especiais
O professor de ambos os sexos que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio poderá se aposentar aos 60 anos de idade e 25 anos de contribuição. Já a idade mínima para policiais civis será de 55 anos. As regras permanentes para os policiais civis serão definidas depois da promulgação da contrarreforma da Previdência, por meio de projeto de lei, como ocorrerá com os policiais militares e bombeiros.


Confira a Circular nº 105/17 com o substitutivo 
                                       
*Com informações de Agência Câmara

Fonte: ANDES-SN
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sábado, 22 de abril de 2017

InformANDES Online 468


SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
INFORMANDES ONLINE de N° 468
Brasília-DF, 20 de Abril de 2017
28 de abril, vamos parar o Brasil!
Nacional
Previdência: Mesmo com mudanças, PEC 287 continua penalizando trabalhadores
O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, da contrarreforma da Previdência, o deputado federal Arthur Maia (PPS/BA) apresentou na manhã de quarta-feira (19) seu relatório, com alterações na proposta, que destrói direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores brasileiros. A PEC recebeu um total de 164 emendas parlamentares. Por acordo de lideranças, a votação do parecer deve ocorrer no dia 2 de maio, na comissão especial criada para debater o tema.
Com manobra da base governista, Câmara aprova urgência da contrarreforma trabalhista
Após manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), os parlamentares aprovaram na noite dessa quarta-feira (19) a urgência na tramitação do projeto de lei PL 6787/2016, da contrarreforma trabalhista. Na noite anterior, o Plenário havia rejeitado a urgência para a matéria por falta de votos, pois obteve apoio de apenas 230 deputados, quando o necessário é 257. Confira como votaram os deputados.
Comitês de base preparam Greve Geral do dia 28 de abril
Com comitês nas empresas, nos canteiros de obras, nas plataformas, nas escolas, universidades, no transporte público, nos bairros, em comunidades, praças públicas têm sido organizados para prepara a Greve Geral de 28 abril, conforme resolução aprovada na reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas.
Diretoria do ANDES-SN convoca 62º Conad
A diretoria do ANDES-SN convocou, nessa terça-feira (18), através da circular 103/2017, o 62º Conad, que terá como tema central "Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!". O Conad acontecerá entre os dias 13 e 16 de julho desse ano, na cidade de Niterói (RJ), sediado pela Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff Seção Sindical do ANDES-SN). A escolha da cidade fluminense para sedirar o encontro aconteceu durante o 61º Conad, realizado em Boa Vista (RR), em 2016.
Câmara aprova texto-base do PLP 343 que impõe ajuste fiscal a estados e municípios
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (18), por 301 votos a 127, o texto-base do Projeto de Lei Complementar (PLP) 343/17, do Executivo, que cria o Regime de renegociação das dívidas dos estados com a União, com contrapartidas como a elevação da alíquota de contribuição para o Regime Próprio de Previdência Social dos servidores ativos, inativos e pensionistas de 11% para, no mínimo, 14%, e revisão do regime jurídico único dos servidores estaduais, a redução de incentivos tributários e privatizações.
Seções Sindicais
Terceirizados paralisam atividades na UFF e na Uefs por falta de pagamento
Menos de um mês após a aprovação da Lei das Terceirizações, a realidade de trabalhadores terceirizados da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), na Bahia, e da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, explicitam a fragilidade das relações trabalhistas nesse modelo de contratação, agora regulamentado e ampliado de forma irrestrita para atividades meio e fim, nas esferas pública e privada.
Agenda
Abril28 – Greve Geral, em todo o país.

Maio
4 a 6 – V Seminário Estado e Educação, em Vitória (ES).
5 e 6 – Encontro da Regional Nordeste III do ANDES-SN, em Delmiro Gouveia (AL).
12 e 13 - Encontro da Regional Norte 2 do ANDES-SN, Belém (PA).

Julho13 a 16 - 62º Conad, em Niterói (RJ). Tema Central: Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!
Para receber este informativo escreva para suporte@andes.org.br

terça-feira, 18 de abril de 2017

InformANDES Especial - 28 de abril - Greve Geral

ASSEMBLEIA DIA 18/04

> GESTÃO 2016-2018
>
> CONVITE ASSEMBLEIA GERAL
>  
> A diretoria da SESUNIPAMPA convida os/as filiados/as desta Seção Sindical e demais docentes para uma assembleia geral a realizar-se via videoconferência (Sala RNP 0660) em todos os campi da UNIPAMPA, no dia 18 de abril de 2017 às 17:30 horas, com a seguinte pauta:
>
>
> 1.    Informes
>
> 2.    Orçamento da Unipampa
>
> 3.    Deliberação sobre paralisação no dia 28 de abril de 2017.
>
> 4.    Encaminhamentos
>
>  
> São Gabriel, 13 de abril de 2017.
>
> Jefferson Marçal da Rocha
>
> Presidente SESUNIPAMPA
> --
> Diretoria da SESUNIPAMPA
>
> http://sesunipampa.blogspot.com.br/

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Corte de recursos pode inviabilizar funcionamento da UFSM?

Importante reportagem da nossa Seção Sindical parceira, Sedufsm. Parece que por lá a realidade é encarada com mais honestidade e transparência, inclusive por parte da gestão da universidade. Leiam abaixo.

Pró-Reitores de Administração e Planejamento falam sobre restrições orçamentárias


Os pró-reitores Frank Casado (Planejamento) e José Carlos Segalla (Administração)

Em 2016, a UFSM recebeu uma verba para custeios e capital de aproximadamente R$ 167 milhões, enquanto em 2017 esse valor havia ficado pouco acima de R$ 151 milhões. Portanto, do ano passado para cá, já havia ocorrido redução. A verba de custeio é justamente aquela que serve para o pagamento de questões cotidianas, como serviços de limpeza, vigilância, luz, telefone, como também para o dia a dia da universidade nas unidades, que inclui compra de passagens, pagamento de diárias, etc. Em meio a dificuldades crescentes, com enxugamento de recursos, o que tem obrigado, por exemplo, professores a participarem de bancas de mestrado e doutorado através de videoconferência, a equipe econômica de Michel Temer anunciou no final de março que terá que fazer novo corte no orçamento, tesourando a Educação em R$ 4,2 bilhões.

Os reitores pressionam o Ministério da Educação para que esses cortes não atinjam as Instituições Federais de Ensino, mas poucos acreditam que o governo cederá. Em função disso, é provável que nos próximos dias, uma portaria do MEC seja publicada anunciando um corte de 20% no orçamento anual das universidades. Durante entrevista realizada pela assessoria de imprensa da Sedufsm com os pró-reitores de Administração, José Carlos Segalla, e de Planejamento, Frank Casado, na última segunda-feira, foi lhes perguntado se a orientação governamental de novos cortes pode inviabilizar o funcionamento da UFSM ao longo deste ano.

Ambos os gestores afirmaram que não se trabalha com a hipótese de que a instituição seja inviabilizada, mas o risco existe mediante dois fatores, explicaram eles. A UFSM pode não ter condições de funcionar se não fizer uma readequação de seu orçamento diante dos cortes anunciados. Ou seja, é preciso de qualquer forma gastar menos em áreas em que é possível mexer nos recursos, como é o caso dos serviços terceirizados, além das contas de água, luz, telefone. O outro fator que pode inviabilizar é se o corte que o governo irá anunciar oficialmente para as Instituições Federais ultrapassar os 20%.

Enxugamento

Em entrevista que concedeu na segunda-feira à Rádio Universidade, o reitor da UFSM, professor Paulo Burmann, disse que a partir de maio até o final do ano, a instituição precisa economizar R$ 3 milhões somente com o serviço de Vigilância. E o sentido prático desse enxugamento já está ocorrendo, com o anúncio da redução de 34 postos de vigilância, o que já ocasionou pelo menos 62 demissões de trabalhadores esta semana por parte da empresa Sulclean, gerando protesto desses trabalhadores nesta terça pela manhã.

No entanto, os cortes não devem parar por aí. Conforme o pró-reitor de Administração, José Carlos Segalla, em função de que os contratos com as empresas terceirizadas possuem uma duração determinada e, ultrapassado esse período, precisam ser renovados, a universidade vai aproveitar essas oportunidades para revisar valores. Um dos serviços que será atingido em breve é o responsável pela limpeza. É uma tarefa complexa, pois esse serviço é contratado com especificações que preveem a limpeza por metro quadrado.

Segalla diz que a gestão da UFSM vai se esforçar no sentido de revisar os contratos, visando a uma maior economia, sem que se perca muito em qualidade. Contudo, ele já adianta que, por exemplo, os corredores dos prédios da universidade dificilmente terão limpeza diária como acontece hoje. Terá que se abrir mão de alguma coisa para que se possa ter, por exemplo, limpeza diária em banheiros, destacou ele.

Cortes nas Unidades e nas Pró-Reitorias

Na entrevista que concedeu à Rádio Universidade, o professor Paulo Burmann disse que as pró-reitorias deverão sofrer um corte de 50% em seus projetos. Frank Casado confirma o percentual e explica que hoje a divisão de recursos se dá em cima da elaboração de projetos por parte de cada um desses órgãos de assessoria da Administração. Isso facilita, segundo ele, a visualização do recurso aplicado e a aferição dos resultados obtidos por cada projeto. Apenas para exemplificar: a JAI (Jornada Acadêmica Integrada), projeto vinculado à Pró-Reitoria de Extensão, é um dos que sofrerá cortes a partir dessa nova orientação financeira.

Questionado sobre a possibilidade de ter que fazer cortes na assistência estudantil, Casado descartou, pois essa área tem verba específica destinada na Lei Orçamentária Anual (LOA) e não tem como alterar. Entretanto, existem áreas em que o corte já veio inscrito direto na LOA. Citou como exemplo a verba para capacitação promovida pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep). Em 2016, o recurso destinado alcançou R$ 400 mil, enquanto em 2017, os valores caíram para R$ 150 mil.

Quem vai ter que descascar um abacaxi também são os gestores das Unidades (diretores de Centro). Conforme Burmann, na entrevista concedida à rádio da UFSM, o corte nos Centros deve chegar a R$ 2 milhões. O pró-reitor de Planejamento explica que esse valor foi retido pela Administração de forma preventiva, tendo em vista que o governo deve confirmar um corte global de 20% no orçamento. Enquanto isso, a instituição vem sofrendo com o contingenciamento dos recursos desde o início do ano. A liberação orçamentária se dá em parcelas pingadas. Segundo Frank Casado, até o início de maio o governo deve oficializar o tamanho do corte e, a partir disso, liberar a totalidade do orçamento.

O grande nó em tudo isso, explicam os gestores da UFSM, é que enquanto os encargos aumentam em cerca de 10% a 15% a cada ano, o governo reduz o orçamento ao invés de aumentá-lo. Sendo assim, cortar na carne tem efeitos limitados. Em sua entrevista à rádio, o reitor Paulo Burmann afirmou que o gasto de energia elétrica alcança R$ 1,2 milhão ao mês, e que é preciso racionalizar o uso, especialmente de ar condicionado. Contudo, a equação que precisará ser resolvida é como economizar com ar condicionado em dias de muito calor, por exemplo? E mais: quando se reduz os postos de vigilância fixos, ampliando a vigilância monitorada, o natural não seria buscar melhorar ainda mais, por exemplo, a iluminação nos campi, o que exigiria mais e não menos investimentos?

Entrevista: Fritz R. Nunes e Bruna Homrich

Fotos: Bruna Homrich

Edição: Fritz R. Nunes

Assessoria de imprensa da Sedufsm

http://www.sedufsm.org.br/?secao=noticias&id=4490

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Nota de Repúdio à agressão da Brigada aos servidores municipais de Cachoeirinha/RS

As Seções Sindicais do ANDES-SN, reunidas no XVI Encontro da Regional RS do ANDES-SN realizado nos dias 31 de março e 1 de abril em Pelotas, vêm à público externar o seu mais veemente repúdio à violenta repressão da Brigada Militar contra os servidores municipais de Cachoeirinha, no dia 30 de março de 2017, em greve há mais de vinte dias, contra medidas do prefeito dessa cidade que reduzem as bonificações que os servidores recebem a cada três anos de 15% para 9%, do adicional de risco de vida de motoristas de 80% para 30%, que muda a concessão do vale de alimentação e outros ataques que rebaixam drasticamente o seus salários.

Importante ressaltar que essas decisões do prefeito Mike Breier (PSB) e da Câmara de Vereadores, que as aprovou, se dão no momento em que o governo Temer e o Congresso Nacional atacam brutalmente a classe trabalhadora brasileira através de medidas como a EC-95 que estabelece o congelamento de investimentos sociais por vinte anos, a aprovação do PL 4302/98 (Lei da Terceirização), a e a Reforma do Ensino Médio e diante da ameaça do desmonte da Previdência e da Reforma Trabalhista. Nesta mesma linha de ataques tem atuado o governo Sartori quando, ao mesmo tempo em que torna mais terrível a situação dos servidores do estado com os sucessivos parcelamentos dos salários, direciona todos os seus recursos políticos e de repressão contra aqueles que lutam em defesa de seus direitos.                

Nos marcos desse quadro e diante da intransigência do prefeito em suspender essas medidas, não restou, aos servidores de Cachoeirinha outro caminho, na defesa de seus direitos, senão greve que foi reprimida pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul com truculência e injustificável violência.

Frente a isso, mais do que o nosso repúdio, exigimos que

1. o prefeito de Cachoeirinha volte atrás e retire essas medidas que rebaixam as condições de vida dos servidores do município;

2. os responsáveis, no comando da Brigada Militar, pela ordem de agressão contra os servidores públicos de Cachoeirinha, em greve na defesa de seus direitos, sejam responsabilizados e punidos judicialmente.

Assinam esta nota de repúdio:

1. Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (SEDUFSM);

2. Seção Sindical do ANDES-SN na Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

3. Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (ADUFPEL);

4. Associação dos Professores da Fundação Universidade Federal de Rio Grande (APROFURG);

5. Seção Sindical dos Docentes da UNIPAMPA (SESUNIPAMPA).

 

Pelotas, 1º de abril de 2017.

InformANDES Especial sobre a Previdência

terça-feira, 4 de abril de 2017

Temer tira R$ 4,3 bilhões do orçamento do Ministério da Educação

Governo federal apresentou cortes de R$ 42,1 bilhões no orçamento aprovado

O governo federal anunciou, na sexta-feira (31), um corte de R$ 42,1 bilhões no orçamento aprovado para o ano de 2017. O Ministério da Educação (MEC) teve um dos maiores cortes: R$ 4,3 bilhões, o que representa uma diminuição de 12% no montante anteriormente definido em R$ 35,74 bilhões.
O Ministério da Defesa perdeu R$ 5,75 bilhões, o Ministério das Cidades teve corte de R$ 4,17 bilhões, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil de R$ 5,13 bilhões, e o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário perdeu R$ 2,25 bilhões. Houve cortes menores em outras pastas – a única que escapou do ajuste foi a de Saúde.
Cláudio Ribeiro, 2º vice-presidente da Regional Rio de Janeiro e um dos coordenadores do Setor das Instituições Federais de Ensino (Setor das Ifes) do ANDES-SN, critica a medida de Michel Temer, ressaltando que a educação sofre, há anos, com sucessivos cortes de orçamento. "Todo ano esses cortes vêm ocorrendo, mas, nesse ano, a situação deve se agravar por conta da aprovação da Emenda Constitucional (EC) 95. Ao contrário do que o governo alardeou ano passado, não havia garantia de aumento de investimento na educação, e esses cortes demonstram isso", afirma.

"A política de ajuste fiscal, que coloca a contabilidade financeira acima dos direitos sociais promove esses cortes orçamentários. A gravidade é maior agora, porque, além dos cortes acumulados de anos anteriores, o orçamento executado desse ano servirá de referência para os próximos anos", completa Cláudio.
O docente ressalta que, com os sucessivos cortes, a manutenção das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas universidades federais fica ainda mais difícil. "Em 2017 já está acontecendo um grande contingenciamento de verbas nas universidades federais. As instituições já não estão recebendo o 1/12 mensal completo ao qual teriam direito pelo orçamento. Não se consegue honrar compromisso de pagamento de serviços terceirizados, de bolsas estudantis, etc. Estamos vivendo um estrangulamento do orçamento das universidades, o que impede a manutenção de oferta de educação de qualidade", avalia.

Por fim, Cláudio Ribeiro alerta a categoria sobre a possibilidade de, com os cortes, o governo federal apresentar a terceirização como solução aos problemas financeiros da educação. "Com a terceirização colocada em pauta, e agora aprovada, a leitura desses cortes tem de ser feita de maneira mais ampla. A terceirização afetará a categoria docente, e, com tantos cortes, o governo em breve poderá apresentá-la como uma solução mágica para a manutenção das universidades, o que significará o fim do caráter público das universidades", conclui o coordenador do Setor das Ifes do ANDES-SN.
Aumenta repasse de dinheiro público para faculdade de Gilmar Mendes
O Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do qual o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes é sócio, é uma das instituições privadas que não sofre com os cortes orçamentários da educação. Entre 2014 e 2016, o IDP viu um aumento dos repasses do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ao seu caixa em 1,7%. O ministro, entretanto, não se vê moralmente impedido de julgar ações relacionadas ao Fies e ao repasse de dinheiro público a faculdades privadas.

Fonte: ANDES-SN