sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Conversando com a SESUNIPAMPA 3: Como pensamos o ensino remoto?

 


Confira a 3ª e ultima parte do bate-papo da SESUNIPAMPA com os docentes da UNIPAMPA sobre a volta as aulas e o ensino remoto.

            Encerrando este espaço de dialogo com os docentes da UNIPAMPA, onde se refletiu sobre o processo de volta as aulas e sobre o ensino remoto em si, apresentamos a ultima pergunta aos professores, voltado ao pensamento do ensino remoto e suas consequências.

Se você ainda não leu a matéria completa da SESUNIPAMPA sobre “Volta às aulas na UNIPAMPA: ensino remoto foi aprovado no CONSUNI e trás incertezas para comunidade acadêmica” acessa o link:

Conversamos com os docentes Vinicius Piccin Dalbianco (Campus Itaqui), Altacir Bunde (Campus Santana do Livramento), Rubem Ávila Jr (Campus São Gabriel) e Jefferson Rocha (Campus São Gabriel).

 Confira a 3° pergunta:

SESUNIPAMPA: Outra das principais criticas ao processo de discussão da volta as aulas foi sobre o ensino remoto em si que gera adoecimento profissional, exclusão dos alunos e pode ser uma coisa que venho pra ficar configurando uma realidade de precarização da atividade docente. Como fica essa critica no momento de aprovação deste calendário e de suas diretrizes?

Vinicius: “É claro que devemos considerar que não temos previsão de retorno das aulas em curto prazo e que por isso era preciso encontrar alternativas na UNIPAMPA como foi feito em muitas outras instituições. O ensino remoto foi escolhido como a forma para minimizar os problemas causados pela pandemia. 

O problema esta na sua condição de oferta, de acesso e da condição dos docentes e discentes, que não estavam preparados para esta forma de ensino. Se teve acordo com o retorno das aulas de forma remota, agora é trabalhar para reduzirmos os impactos disso na saúde dos docentes e discentes, na exclusão daqueles que não tem acesso adequado aos meios de comunicação digital e na qualidade do ensino que será ofertado. Acredito que na UNIPAMPA não existe dúvidas que o retorno das aulas nesta modalidade é paleativo e tem consequências graves com relação à qualidade de ensino. Mesmo com os mais variados instrumentos e ferramentas para a condução das aulas, não é possível no ensino remoto contemplar todos os estudantes e manter a qualidade do ensino do modo presencial. As mais variadas pesquisas realizadas com a comunidade acadêmica concretizam estas preocupações. 

   Cabe principalmente a gestão superior da Universidade monitorar o desenrolar o calendário acadêmico e sugerir mudanças caso os objetivos previstos nas diretrizes do ensino remoto não sejam atingidos, incluindo nesta questão principalmente o processo de exclusão dos estudante e o acompanhamento das dificuldades que serão apresentadas pelos docentes.   Nossa Universidade é reconhecida pela oferta de ensino presencial público, gratuito e de qualidade. Ao CONSUNI principalmente caberá garantir isso, ficando restrito a este período de pandemia descontrolada o ensino remoto nas condições que teremos agora”.


Altacir: “Não há dúvida que a Pandemia do novo Coronavírus vem agravando ainda mais a já elevada precariedade do trabalho em nosso país. As diversas reformas trabalhistas realizadas nos últimos anos retiraram diversas garantias e proteções legais conquistadas a duros esforços.

 

A classe trabalhadora brasileira que já vinha sofrendo com os contínuos desmontes de direitos, promovidos pelos governos nos últimos 3 a 4 anos, seja na esfera federal, estadual ou municipal, teve sua condição agravada durante os últimos meses. Com a Pandemia, os ataques aos serviços públicos vêm se ampliando pelo governo Bolsonaro e tende a se agravar ainda mais nos próximos períodos.

No que diz respeito ao trabalho docente, sem dúvida, pode-se afirmar, com base nos diferentes trabalhos que vem sendo realizados pelos docentes, desde o começo da Pandemia do COVID-19 tais como participação em reuniões, pesquisas, debates etc. de forma remota que haverá sim grande precarização do trabalho com o retorno das AEREs. Os motivos são dos mais variados e podem mudar de acordo com as condições de cada um(a). Uma das mais prejudicadas nesse processo, sem sombra de dúvidas, será as docentes que possuem crianças pequenas. Isso se dá em função delas, além de terem que ministrar aulas remotas de suas residências, muitas vezes sem possuir espaço físico e equipamentos adequados, terão que combinar suas atividades com as atividades de ensino remoto e cuidados dos/as filhos e, além disso, bancarem os custos financeiros necessários para a realização do chamado ‘home office’. Embora as atividades de ensino e cuidado dos filhos devam ser compartilhadas entre o casal, muitas vezes o companheiro exerce o trabalho fora de casa, presencialmente, sobrecarregando o trabalho da docente ao ter que trabalhar e cuidar dos filhos ao mesmo tempo. Claro que este processo pode ocorrer, em alguns casos, também de forma inversa. 

Outro grande desafio, sem sombra de dúvida, será evitar a exclusão da comunidade discente, bem como a acessibilidade de pessoas com deficiência. Esta responsabilidade cabe tanto ao governo federal como a Gestão atual da Unipampa”.



Rubem: “Infelizmente, este tema pouco avançou e não gerou maiores preocupações por parte da gestão. Neste sentido, é triste perceber que a universidade não se distancia de metodologias produtivas do mercado que pouco visam a qualidade e as condições do trabalho em prol da produção final. 

Ainda não podemos deixar de lado em reuniões futuras que a qualidade da formação de nossos alunos passa obrigatoriamente pelo bem estar do trabalhador docente e suas condições de trabalho. Isto deve ser sempre pautado nas instâncias superiores da universidade e debatido entre nós docentes cotidianamente. A igualdade de acesso ao ensino remoto e a isonomia nas condições de trabalho ainda não estão contempladas na atual proposta e precisamos avançar”



Jefferson: “Temos que considerar que esta modalidade, não pode ser considerada uma proposta de ensino, muito menos aula. Remeto aqui uma passagem do parecer do professor Rubem, que esclarece “[...]projeto de ensino remoto fere a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, pois os alunos serão meros receptores de material digital, perdendo este contato valioso fundamental para a boa formação acadêmica.” Ou seja, o que se propõe é uma forma de atividade que, pelos relatos que já temos de colegas de outras IES, ficará muito aquém de uma postura educativa efetivamente transformadora, que é uma das bases do PDI das nossa universidade. 

A meu ver, teremos mais o que perder do que a ganhar, nesta forma de “atividade” que estaremos oferecendo aos nossos acadêmicos. Serão tempos em que além da fragilidade que todos nós estamos passando com o isolamento social, passaremos pelo estresse de um processo que trará poucos ou nenhum benefício para formação dos nossos acadêmicos. Seguramente será um período de adoecimentos e estresses para todos os envolvidos: docentes, técnicos administrativos e discentes”

 

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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Nota do ANDES-SN: Em defesa dos povos originários!

Confira a Nota da Diretoria do ANDES-SN de repúdio à decisão da Justiça Federal de Eunápolis e de solidariedade ao Povo Pataxó -  EM DEFESA DOS POVOS ORIGINÁRIOS.



Assessoria Jurídica do ANDES-SN emite nota sobre questões referentes ao Ensino Remoto

Confira a Nota Técnica – Questões complementares relativas à implementação do Ensino Remoto – Considerações jurídicas preliminares, produzida pela Assessoria Jurídica Nacional – AJN.









Conversando com a SESUNIPAMPA 2: Quais contribuições para o processo de volta as aulas apresentou o pedido de vistas no CONSUNI?

 

Confira a 2ª parte do bate-papo da SESUNIPAMPA com os docentes da UNIPAMPA sobre a volta as aulas e o ensino remoto.

Se você ainda não leu a matéria completa da SESUNIPAMPA sobre “Volta às aulas na UNIPAMPA: ensino remoto foi aprovado no CONSUNI e trás incertezas para comunidade acadêmica” acessa o link: https://sesunipampa.blogspot.com/2020/08/volta-as-aulas-na-unipampa-ensino.html?fbclid=IwAR2dZPFDc0Pd32AN3PZSiG7_i5WY58dSEFDpe27E-7D9mAgjxfOpmQGTPZE

Conversamos com os docentes Vinicius Piccin Dalbianco (Campus Itaqui), Altacir Bunde (Campus Santana do Livramento), Rubem Ávila Jr (Campus São Gabriel) e Jefferson Rocha (Campus São Gabriel).

 Confira a 2° pergunta: 

SESUNIPAMPA: Neste processo de deliberação houve um pedido de vistas, respaldado no artigo 34 do regimento do CONSUNI, considerado como um ato de afirmação da democracia. Quais as contribuições desse parecer para o calendário e diretrizes aprovados?


Vinicius: “O parecer do pedido de vistas é um documento que expressa inúmeras preocupações com o retorno remoto das aulas. O professor parecerista teve o cuidado de incluir os anseios de todas as categorias, dando destaque principalmente para as preocupações dos estudantes que ao meu ver foram pouco ouvidos ao longo das discussões.

O parecer modificou a forma da condução das discussões no CONSUNI. Proporcionou um importante momento de dialogo entre os conselheiros, possibilitando que todas as representações pudessem expor suas ideias e posicionamentos e inclusive proporcionou um ambiente amistoso que unificou muitos posicionamentos, demostrando para os gestores da UNIPAMPA que é preciso dialogar, ouvir as representações, dar o tempo que as discussões merecem.

O calendário e as diretrizes aprovados são muito mais evoluídos do que a proposta original e incorpora significativamente as contribuições apresentadas no parecer do pedido de vistas. Espero que este processo tenha contribuído para uma visão diferente da gestão da UNIPAMPA quanto aos métodos de dialogo com a comunidade Universitária”.

Altacir: “Acredito que o pedido de vistas foi muito importante para o amadurecimento da proposta, assim como serviu de aprendizado para os novos Conselheiros, no qual me incluo. Mas, no meu ponto de vista, a contribuição mais importante foi o aprofundamento da democracia e do debate interno na Unipampa.


    A profundidade que foi exposto no Parecer do pedido de vista feito pelo professor Rubem demonstrou aos/as Conselheiros/as várias inadequações, seja no rito e tramitação do processo, como na proposta construída pelo GT-Novos Tempos do Calendário Acadêmico 2020, assim como nas Diretrizes Operacionais das AEREs na UNIPAMPA.  Ou seja, o Parecer nos apontou o caminho a ser seguido para a construção de uma nova proposta de Calendário Acadêmico de retorno as atividades de ensino bem como a realização dos ajustes necessários nas Diretrizes Operacionais das AEREs.”

Rubem: “A principal contribuição foi possibilitar a discussão ampla do referido projeto pelo conselho. Isto vem de encontro ao papel fundamental desta instância universitária que estava sendo negligenciada. O tempo requerido pelo pedido de vistas foi fundamental para o esclarecimento de pontos cruciais que beiram a ilegalidade da proposta.

    
    Além da quebra desse movimento autocrático da reitoria, podemos salientar alguns outros ganhos, como o calendário de 15 semanas e uma primeira elaboração dos encargos docentes, embora este último tema ainda precise de esclarecimentos e maiores garantias jurídicas aos docentes durante este período excepcional”

Jefferson: “O Pedido de vista solicitado pelo conselheiro Rubem Ávila Jr., além de legítimo, serviu para que, com o parecer emitido, a comunidade acadêmica e especialmente os conselheiros do CONSUNI, pudessem se apropriar dos aspectos pedagógicos, políticos e jurídicos envolvidos na proposta. Segundo relatos, houve manifestações antidemocráticas nas redes sociais sobre este pedido, demonstrando que muitos ainda não conseguem conviver com a diferença de opiniões, com a dialética da construção democrática. Isto é fruto do espírito autoritário que no Brasil ainda perdura na maioria das entidades.            

Aproveito para expressar minha solidariedade ao conselheiro Rubem, um companheiro de muitas lutas classistas e que teve a coragem e a sensatez de provocar uma reflexão mais consistente sobre a proposta da reitoria para atividades remotas. Conseguimos a partir de parecer e da discussão nas reuniões do CONSUNI, avançarmos em pontos importantes, diminuindo, mas não sanando, evidentemente, as dificuldades que todos teremos (docentes, discentes, técnicos administrativos) na execução das AERES, agora a partir do dia 08 de setembro”

 

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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

SESUNIPAMPA na luta por nenhum direito a menos para a categoria

 “Unipampa é condenada a pagar diferenças financeiras de progressões a docente”


DO QUE SE TRATA?

 O direito dos docentes das Universidades Federais às progressões e promoções funcionais vem sendo discutido na Justiça há anos. Embora a Lei nº 12.772 (Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal) seja explícita ao determinar que “o efeito financeiro da progressão e da promoção ocorrerá a partir da data em que o docente cumprir o interstício e os requisitos estabelecidos em lei”.


A Unipampa vem violando a legislação ao pagar os efeitos financeiros das progressões e promoções somente a partir da data do requerimento administrativo do docente.

 

      O QUE A SESUNIPAMPA ESTÁ FAZENDO PRA RESOLVER ISSO?

Em parceria com o escritório Paese, Ferreira & Advogados Associados, a RCSM Advocacia obteve importante decisão favorável na Justiça Federal no caso de uma professora da Unipampa. Tratando-se de decisão final e não cabendo mais recursos pela Universidade, as portarias de progressão da docente já foram retificadas e, na sequência, serão calculados os valores retroativos devidos pela Unipampa.

“Na ação ficou reconhecido que, ao contrário do procedimento administrativo adotado pela UNIPAMPA, a Universidade deve implementar os efeitos funcionais e financeiros das progressões e promoções funcionais a partir do término do interstício na classe anterior, independentemente das datas do requerimento administrativo ou da portaria publicada pela Universidade”,

destacou o advogado Pedro Henrique Koeche Cunha.


ACHAS QUE ESTAS NA MESMA SITUAÇÃO? TEM DUVIDAS? NOS PROCURE!!!!

A assessoria jurídica do SESUNIPAMPA recomenda que os servidores que tenham seu direito aos efeitos funcionais ou financeiros das progressões e promoções funcionais violados e/ou dúvidas a respeito do tema busquem auxílio jurídico do Sindicato para que sejam tomadas as medidas administrativas ou judiciais cabíveis.

CONTATOS:  e-mail advogadosesunipampa@gmail.com ou através do whatsapp (51) 99653-3170

SESUNIPAMPA NA LUTA DIARIA PELO RECONHECIMENTO DOS DIREITOS DOS DOCENTES!!!!

 


Conversando com a SESUNIPAMPA 1: Por que um processo de volta as aulas tão turbulento?

 

Confira nos próximos dias, o bate papo da SESUNIPAMPA com alguns docentes da UNIPAMPA de diferentes campus sobre a volta às aulas e o ensino remoto.

     A SESUNIPAMPA conversou com alguns docentes da UNIPAMPA sobre o retorno das aulas e o ensino remoto e fez 3 perguntas a cada um deles. Você irá conferir nos próximos dias, como foram respondidas e como esta o debate na base da categoria docente.

    Se você ainda não leu a matéria completa da SESUNIPAMPA sobre “Volta às aulas na UNIPAMPA: ensino remoto foi aprovado no CONSUNI e trás incertezas para comunidade acadêmica” acessa o link: https://sesunipampa.blogspot.com/2020/08/volta-as-aulas-na-unipampa-ensino.html?fbclid=IwAR2dZPFDc0Pd32AN3PZSiG7_i5WY58dSEFDpe27E-7D9mAgjxfOpmQGTPZE

    Do campus de Itaqui, conversamos com o professor Vinicius Piccin Dalbianco, que é Agrônomo e possui mestrado e doutorado em Extensão Rural pela UFSM. Desempenha extensão e pesquisa relacionadas à Sociologia Rural, Sociologia da Alimentação, Educação do Campo e Desenvolvimento do Rural.

    A SESUNIPAMPA também conversou com o conselheiro do CONSUNI Altair Bunde, professor da UNIPAMPA campus Santana do Livramento. Altacir possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel); Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Goias (UFG), campus de Catalão; doutorado em Geografia pelo Instituto de Estudos Socioambientais (IESA), da Universidade Federal de Goias (UFG); professor de Economia Brasileira do curso de Ciências Econômicas e de Relações Internacionais, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), campus de Santana do Livramento (RS); Líder do Grupo de Estudo Interdisciplinar em Sociedade, Ambiente e Território - GEISAT.

    Também conversamos com o conselheiro Rubem Ávila Jr, professor do campus São Gabriel e responsável pelo pedido de vistas do processo de volta às aulas, que permitiu evoluir o debate na base da categoria. 

    O conselheiro Jefferson Rocha, também do Campus São Gabriel, conversou com a seção sindical do ANDES-SN e contribuiu para a reflexão sobre o retorno, o ensino remoto e como podemos entender o andamento do processo até a aprovação de um novo calendário acadêmico.

Confira a 1ª pergunta:

SESUNIPAMPA: As aulas por ensino remoto vão iniciar na UNIPAMPA em 08 de setembro após serem aprovadas no CONSUNI, depois de 03 datas e diretrizes operacionais anteriormente operacionais divulgadas pela reitoria. Uma das principais críticas ao processo foi de seu aligeiramento sem dialogo efetivo com a comunidade acadêmica. Por que foi dessa forma com tantas idas e vindas?



Vinicius: “Na minha compreensão a Universidade Pública deve ser organizada a partir da base, com referências calcadas na democracia direta, com participação ativa dos discentes, TAEs e docentes. No momento que as discussões e encaminhamentos são realizados no âmbito das direções ou grupos de representatividade, ocorre um sentimento (que se concretiza na prática) de não participação dos demais.

    Na maioria dos casos é justificado esta prática por conta dos prazos curtos. Soubemos que uma discussão pela base é um pouco mais demorada e exige habilidade, coerência, dedicação e interesse de quem coordena o processo.

    No entanto, no caso das discussões sobre a volta as aulas, tivemos bastante tempo. Tempo suficiente para que o processo pudesse ter iniciado pelas categorias e/ou cursos, indo percorrendo um fluxo normal pelas comissões, nos campus, nas Pró-reitorias, até chegar ao CONSUNI. Como foi diferente, tivemos tantas idas e vindas, o que inclusive justifica em partes o pedido de vistas do processo”.

 

Altacir: “Acredito que as idas e vindas do processo se deu devido a um equívoco metodológico na construção da proposta das AEREs. Na minha opinião a proposta de discussão e elaboração de um Calendário Acadêmico e da Proposta de Diretrizes Operacionais deveria, inicialmente, ter começado pela instancia máxima da Unipampa, o Conselho Universitário.

    Mas, como foi criado um Grupo de Trabalho denominado GT-Novos Tempos para a construção da proposta de Calendário, todo o trabalho construído, com muito esforço pelos participantes, foi praticamente em vão, especialmente porque a proposta foi rejeitada pela maioria dos membros do Conselho Universitário e teve que ser, praticamente, reconstruída pelos membros do Consuni na reunião dos dias 13 e 14 de agosto de 2020”.



Rubem: “Qualquer processo de planejamento de ações efetivas na educação, seja no nível em que for, precisa de uma profunda discussão técnica envolvendo os diferentes atores envolvidos.

    Embora um grupo de trabalho tenha sido criado pela reitoria para a proposição do ensino remoto, a discussão foi bastante superficial e não ouviu as instâncias da base da universidade, que são as comissões de curso e os próprios discente. Processos não democráticos são bastante susceptíveis as falhas que foram deflagradas na última reunião do conselho universitário. Quando são submetidos a visão ampla de um coletivo, as inúmeras lacunas ficaram claras."

Jefferson: “Primeiro é bom destacar que as atividades remotas, propostas por algumas IFS, se constituem em mais um processo de exclusão social da maioria dos estudantes, especialmente, para os mais pobres.

    Dito isto, na Unipampa demorou-se muito tempo para se começar a discutir esta possibilidade, e quando se começou a reitoria já estava com uma proposta pronta. A partir do um grupo constituído, denominado Novos tempos no Ensino Superior (um nome pomposo, mas sem base teórica nenhuma) que tinha pouca legitimidade, pois não sabemos quais foram os critérios para se constituir este grupo. A reitoria baseada no trabalho deste grupo apresentou aos cursos a proposta da AERES (Atividades de Ensino Remoto Emergenciais), que não tiveram tempo, nem informações sobre o que significava a AERES.

    Assim, aligeirada, a proposta chegou ao  Conselho Universitário (CONSUNI) com poucas discussões e clareza, certamente por isto tivemos 3 reuniões extraordinárias para debater a proposta, que certamente ainda não abrangerá à todas/os  nossos/as estudantes”

 

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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Volta às aulas na UNIPAMPA: ensino remoto foi aprovado no CONSUNI e traz incertezas para comunidade acadêmica

 

Tendo sido aprovado o ensino remoto no CONSUNI da UNIPAMPA, a comunidade acadêmica se prepara para a modalidade e pensa como será o retorno em meio á pandemia da COVID-19.

Um processo metodologicamente atropelado

   Após a comunidade acadêmica da UNIPAMPA ser pega de surpresa com a proposta atribulada de um calendário acadêmico voltado ao ensino remoto por parte da reitoria veiculado na primeira semana de junho , a seção sindical do ANDES-SN (SESUNIPAMPA) buscou aumentar a capacidade de diálogo em torno da proposta e diminuir os impactos da mesma, tendo em vista que algumas questão ainda se encontram em aberto e causam preocupação a categoria docente e também aos alunos. Foram realizadas plenárias, assembleias, matérias e distribuída três notas sobre o assunto junto à comunidade acadêmica.

  A proposta foi apresentada e já se encontrava em andamento, e uma das principais preocupações foi sua metodologia de construção. Sem oportunidade de discussão na base, a participação da comunidade acadêmica aconteceu nas reuniões dos conselhos de campi, porém com suas preocupações pouco ou quase nada incorporadas na proposta oficial. Sendo que o CONSUNI, instância máxima, foi discutir o tema somente em 09 de julho, um mês após a proposta já estar sendo fechada pelo grupo de trabalho criado para isso. A preocupação central era a volta as aulas e não as condições necessárias para uma volta segura (com o mínimo de exclusão e de precarização da atividade de ensino). Tanto que houveram 03 propostas de retorno, 20/07, 03/09 e 17/09 que aumentavam ansiedade e adoeciam a comunidade acadêmica.

    Mesmo que discutir um possível retorno fosse necessário, um processo democrático requer construção coletiva, consultas na base da universidade e somente após esses processos, a formulação de um calendário de retorno. Se tratando ainda do ensino remoto (modalidade que não contempla a universidade pública de qualidade que construímos no cotidiano dos espaços de construção do conhecimento), torna o processo ainda mais delicado e necessita maior sensibilidade ao analisar a realidade econômica dos alunos de todos os campus e cursos, de maneira distintas, tendo em vista que apresentam demandas variadas.

 SESUNIPAMPA dialogando com a base

1ª PLENARIA DOCENTE VIRTUAL: O debate a cerca do retorno das atividades acadêmicas ocorreu através de uma plataforma eletrônica, e contou com a média de 60 docentes, sendo eles dos campus de São Borja, Alegrete, Caçapava, São Gabriel, Jaguarão, Bagé, Santana do Livramento e Uruguaiana e também contou com a participação do advogado Guilherme Monteiro, membro da assessoria jurídica da SESUNIPAMPA. O encontro ocorreu no dia 08 de junho.

Confira os encaminhamentos da plenária:

1    Se potencialize o compromisso assumido dos presentes em pautar a discussão nas comissões de curso e demais instâncias do campus. Que se realize uma agenda propositiva de capilarização da discussão com base na reflexão dos princípios construídos acima e que preceda e estruture a reflexão deliberativa de nosso CONSUNI

Se elabore uma nota jurídica para subsidiar a base sindical sobre condições de salubridade dos docentes no momento de volta as aulas, na garantia do salário dos profissionais da universidade sem nenhum tipo de corte, em evitar a sobrecarga de trabalho para mais de 20hs, nos impactos da pandemia no orçamento da universidade e na validade da participação de sindicalizados e não sindicalizados nas assembleias docentes com capacidade deliberativa.

Repudiar qualquer tentativa de estratégias de individualização e responsabilização individual dos docentes pelo processo de retorno as aulas.

 1ª ASSEMBLEIA DOCENTE VIRTUAL: Posterior á apresentação da proposta, a SESUNIPAMPA chamou a base para discutir a mesma enquanto categoria docente através de assembleia, que ocorreu em 16 de julho. Foram em torno de 50 participantes, de oito campus da UNIPAMPA: São Borja - São Gabriel - Jaguarão - Uruguaiana - Dom Pedrito – Bagé, Itaqui e Caçapava do Sul, que em  três horas e meio de reunião refletiram, polemizaram, discutiram coletiva e democraticamente sobre a pauta da assembleia: 1) Conjuntura; 2) Enfrentamento ao COVID 19  e posição sobre o ensino remoto na UNIPAMPA; 3) Eleição de delgado e observadores para CONAD extraordinário e 4) Informes gerais.

 

Confira os encaminhamentos da assembleia:

1) Reafirmamos as posições já manifestadas nas notas 001/20, 002/20, 003/20 e a nota conjunta com o SINDPAMPA de que  a forma como a reitoria tem conduzido  o processo de volta as aulas por ensino remoto tem sido aceleradas, verticalizadas e acabam contribuindo para um aumento da ansiedade e adoecimento profissional e fragilizando as relações democráticas necessárias para esse necessário dialogo na comunidade acadêmica. É necessário ouvir e encaminhar as sugestões dos campi, levar em conta suas particularidades e as necessidades de uma formação adequada e construção de condições adequadas de ensino aprendizado para a categoria docente. O processo tem sido discutido pelo GT formado que não tem dialogado com os campi e de forma precária com o CONSUNI, onde a primeira reflexão foi somente realizada 46 dias após a criação do GT e configuração das propostas apresentadas. Afirmamos que o CONSUNI é a instancia máxima de nossa universidade, ali deve ser o espaço de deliberação final com o tempo necessário para isso. 

2)  Reafirmamos também o alerta da insuficiência de propostas para comunidade discente que garanta a universalidade do acesso nas atividades de ERE. Que busquem dar conta - para além das bolsas já oferecidas ou em processo de oferecimento- da não exclusão de nenhum discente. Precisamos compreender que com a pandemia a precarização da realidade de vários estudantes aumentou, ou seja, as condições de pobreza e de desigualdade social no país estão piores. A renda da população tem diminuído e neste quando temos também o impacto psicológico, a carga emocional de estar se vivenciando um processo semelhante a uma guerra civil, com vítimas diárias. Logo questões de acesso, questões que possam levar o discente a ficar para trás na integralização do semestre são questões estratégicas que senão resolvidas em um processo de oferta regular, como se pretende podem levar ao aumento da já existente evasão escolar.  

3) Que a proposta final de volta as aulas por ensino remoto sejam embasadas e elaboradas a partir de diagnósticos representativos e publicizados amplamente que demonstrem a realidade de acesso e os nós críticos a serem resolvidos. Urge novas pesquisas junto a comunidade discente, técnica e docente que atualize dados antigos e permitam entender o quadro que temos após quatro meses de pandemia. Esse esforço de pesquisa deve ser coordenado entre todo os campis a partir de um questionário comum também amplamente publicizado. Os resultados devem servir como base para a discussão e deliberação final. 

4) Que em qualquer proposta de utilização de tecnologias digitais a partir de diferentes plataformas seja garantido e assegurado a liberdade de cátedra: de ensinar e aprender com autonomia e tranquilidade. Este direito fundamental tem sido ameaçado constantemente nos tempos de controle ideológico que vivenciamos. Assim, da mesma forma como em sala de aula essa liberdade é o princípio do processo educativo, em condições remota, onde torna-se possível ataque de hackers, gravações indevidas e exposição de docentes, torna-se mais necessário ainda a sua garantia. 

5) Consolidando a afirmação da liberdade de cátedra, deve ser garantido nesse processo de implementação do ensino remoto em tempos pandêmicos a garantia e preservação do direito de imagem e de escolha pelo docente se este quer gravar sua aula ou não. Um direito já garantido na CF de 1988(artigo 5º, inciso X) que afirma ser este inviolável. Portanto, mesmo se tratando de ERE, tal direto tem que ser  regulado. Ou seja, deve ser garantido primeiramente o consentimento como condição da gravação. A atual proposta de diretrizes para a volta elaborada pelo GT não deixa isto nítido. Tal nitidez é fundamental para defesa do docente e de sua liberdade de ensinar.

6) A UNIPAMPA como uma universidade pública neste processo, colocado pela excepcionalidade do momento pandêmico, deve se comprometer com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de plataformas publicas e com softwares livres para o desempenho das atividades pedagógicas. É fundamental nesse processo não nos precipitarmos e na ansiedade de querer voltar logo, desvalorizar a função pública da universidade e ao mesmo tempo valorizar o mercado digital e suas tecnologias já disponíveis que mesmo em um primeiro momento serem gratuitas, este fato não perdurará, poderemos ficar dependentes, além do que já sermos garotos propagandas da Google que lucra simbolicamente com isso e financeiramente também. 

7) Que a oferta na modalidade ensino remoto pautada pelo momento de pandemia, justamente por isso seja com componentes optativos (ensino) e que seja integrada com as atividades de extensão e pesquisa. Buscando assim, a realização de projetos integrados construídos no processo interativo entre professores e alunos. Dessa forma se minimiza os impactos de um semestre regular sobre os discentes e mantem-se o vinculo necessário a partir dos encontros virtuais já diminuindo a carga horaria final de integralização do curso. 

8) Que seja afirmado nesse processo provisório de volta as aulas o direito a progressão e promoção e que isso seja universal e amplamente publicizado. Pois embora ainda não se tenha desenvolvido o ERE, desde março os docentes se envolvem e desenvolvem atividades de trabalho remoto através de webnários, orientações, atividades de extensão e pesquisa e etc. Ou seja universidade e os docentes não pararam um instante sequer e logo isso tem que ser reconhecido para seu processo de progressão/promoção funcional. 

9) Que o fluxo de contato para dúvidas e sugestões para a Reitoria seja organizado a partir da atuação do GT que atualmente coordena a construção da proposta de ensino remoto. Permitindo mais interação e agilizando e democratizando o processo.

 O retorno das aulas e o ensino remoto

    Entendendo que o processo de ampliação da precarização da educação pública da um passo a frente com a aprovação do ensino remoto, pelos motivos citados acima e também pela precarização do processo de ensino-aprendizagem, limitado pelo acesso a educação via internet, se faz necessário não encerrar os debates a cerca do calendário mesmo com a aprovação do mesmo no CONSUNI, tendo em vista que é preciso ficar atento nas questões trabalhistas e de acesso, para evitar (dentro dos limites) a evasão em massa dos alunos da universidade.

     Neste sentido, no conselho Universitário (CONSUNI), houve movimentações importantes que buscaram reduzir os impactos negativos e reestabelecer o diálogo democrático dentro da universidade. Na reunião do dia 24 de agosto em reunião convocada para a aprovação da proposta, foi solicitado pelo professor Rubem Ávila Jr um pedido de vistas, apoiado pela artigo 34º do regimento geral do CONSUNI. O centro desta ação era o de destacar questões fundamentais que haviam sido ignoradas na proposta final: semestre de 15 x 13 semanas, critérios para o exercício da atividade docente com qualidade, discussão das diretrizes operacionais no conselho (para dar conta de determinadas ilegalidades) entre outras coisas.

     No dia 13 de agosto, em nova reunião do CONSUNI, se discutiu o parecer que levou a dois dias de reunião e oportunizou várias melhoras que buscaram diminuir o impacto da volta as aulas em tempos de pandemia (estado de exceção) pelo ensino remoto: semestres de 15 semanas (dando conta dos 15 encontros necessários conforme MEC), um intervalo de 40 dias entre os dois semestres, a definição de que o ensino remoto acontece somente em tempos de pandemia, a explicitação de que a qualidade do processo de ensino aprendizado está limitado a precariedade do contexto pandêmico, o aumento do prazo de dois  para quatro semestres para a quebra de pré requisitos e logo recuperação do conteúdo que ora fica pra trás.

 Confira o calendário aprovado:
1° semestre: 08/09/2020 a 18/12/2020
2° semestre: 01/02/2021 a 15/05/2021

 Breve balanço: a necessidade da resistência

   Sempre afirmamos, enquanto sindicato, que ninguém era contrário a volta as aulas. A questão era: como? E neste sentido, tivemos um processo de discussão que iniciou torto e foi minimamente consertado por dentro do CONSUNI que consagrou pequenos e importantes avanços. Mas vários problemas não foram resolvidos: o ensino remoto continua como possibilidade, nas diretrizes operacionais aprovadas, para o segundo semestre, a partir da modalidade hibrida, algo que reforça o ensino a distância mal formulado, e de uma forma ainda não discutida, ou seja, não sabemos o que será essa hibridez.  Dizíamos desde o inicio que o ensino remoto vinha para além dos tempos de exceção. Mas foram somente dois votos de diferença, isso demonstra que a universidade esta dividida e logo há espaço para a discussão e para a resistência.


     Embora houvessem uma serie de garantias para a recuperação dos semestres para quem não cursar, a questão da exclusão não foi resolvida, pois pouco se avançou em medidas efetivas, para além da bolsa internet. As questões de precarização da atividade de ensino, embora tenha se conquistado a não gravação das aulas como algo optativo, pouco se avançou nas condições de treinamento e capacitação. São lutas que vamos continuar travando na busca de uma universidade para todos e todas.

Confira algumas pequenas dicas para voltarmos as aulas
Orientações para um trabalho não precarizado e decente: 

1)       As aulas por ensino remoto é uma novidade para todos nós e algo por tempo determinado. Por isso é fundamental exercitarmos dialogo em sala de aula virtual, vamos apreender juntos e juntas e não deixar a precarização desta situação  nos dividir. Sem aumentar exclusões! 

2)      Vamos ter que utilizar plataformas e metodologias novas para nós, inclusive diferente de nossa formação didático-pedagógica, portanto, façamos em nosso limite, afinal, a qualidade de nossa atividade não se mede por uma tela de computador, mas pela nossa dedicação. Sem sentimentos de culpa!

3)      A situação de nossos encargos docentes, embora muito questionada, não foram ainda resolvidos, mesmo assim registre suas atividades, pois lutaremos para que seja respeitadas e computadas como de direito. Encargos são direitos, não abriremos mão!

4)      Percebemos que o trabalho remoto e tão ou mais intenso que o presencial, nesse sentido trabalhe em seu ritmo, não aceite ou caia no ritmo alucinante e sem horários da internet. Preserve sua saúde mental! Evite a fadiga e a extrapolação horária do atendimento docente.

5)      Só autorize a gravação das aulas se sentir a vontade. O seu direito de imagem, assim como a liberdade de cátedra são direitos inalienáveis de nossa profissão;

Qualquer duvida, qualquer problema, nos contate:  sesunipampa.andes@gmail.com

 

SESUNIPAMPA NA DEFESA DA ATIVIDADE DOCENTE NÃO PRECARIZADA!

 

Confira durante o decorrer desta semana: SESUNIPAMPA conversa com professores de diferentes campus da UNIPAMPA sobre a volta às aulas e o ensino remoto.

 

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Mais informações: sesunipampa.andes@gmail.com