quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

NOTA PÚBLICA DA DIRETORIA DA SESUNIPAMPA - Apoio Técnicos Administrativos


NOTA PÚBLICA DA DIRETORIA DA SESUNIPAMPA


A direção da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Pampa – SESUNIPAMPA – apoia o movimento de greve construído pelos Técnicos Administrativos de nossa universidade. Num momento de desmonte dos serviços públicos e da educação pública, o movimento paredista desta categoria posicionou-se corajosamente contra a PEC 55 que ameaça a existência da nossa universidade e as outras do país. Enquanto isto, a reitoria calou-se e não posicionou-se perante este estado de calamidade social imposto pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Somos contra o corte de ponto destes e destas colegas e contra qualquer retaliação aos servidores e servidoras. O direito de greve esta previsto na Constituição de 1988. Nos posicionamos contra qualquer tentativa de imposição de recuperação das horas não trabalhadas, e que ataquem a autonomia política destes e destas servidoras. Reafirmamos o apoio as e os colegas, na continuidade da unidade de luta de todas as categorias pela educação pública, gratuita, laica e de referência social.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

RELATO DA PARTICIPAÇÃO DA SESUNIPAMPA NO ATO UNIFICADO DO DIA 29 DE NOVEMBRO

No ato unificado entre trabalhadores, estudantes e movimentos sociais, contra a PEC 55, que aconteceu em Brasília no último dia 29 de novembro, a direção da SESUNIPAMPA esteve presente com o professor Guinter Tlaija Leipnitz. Agradecemos mais uma vez à Regional–RS do ANDES-SN pelo seu apoio financeiro e logístico para garantir nossa presença neste importante dia de lutas. Abaixo, segue o relato do professor Guinter.

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“Na última terça feira, dia 29 de novembro, milhares de trabalhadores, estudantes e integrantes de movimentos sociais, vindos de todo o Brasil, realizaram um grande ato na Esplanada dos Ministérios em Brasília para protestar contra a aprovação da PEC 55, que congela por 20 anos os gastos primários da União, especialmente em setores como Saúde e Educação. Uma multidão colorida, majoritariamente com a cara da juventude brasileira, protagonista das ocupações em todo o território nacional, estava lá para fazer ouvir a sua voz diante do Congresso. Mesmo com o país em choque, absorvendo os primeiros impactos da tragédia que acometeu o avião da Chapecoense, o Senado Federal não teve nenhum pudor em seguir adiante com o primeiro turno da votação da ‘PEC do Fim do Mundo’.

A manifestação, que, de acordo com estimativas do ANDES, contou com mais de 30 mil pessoas (como há muito não se reunia em Brasília em termos de uma marcha unificada de entidades sindicais e movimentos sociais), teve início em frente ao prédio do MEC. Ali, todos tiveram a oportunidade de ouvir uma fala de Maria Lucia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida. Ela alertou mais uma vez sobre o futuro tenebroso que a aprovação da PEC significará em termos do investimento público nas áreas sociais, e como a PEC deixa intocado o sistema do pagamento da dívida pública brasileira, que devora a maior fatia do orçamento da União anualmente para garantir a remuneração de banqueiros, rentistas e especuladores.

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Depois disso, as diferentes entidades sindicais, coletivos e movimentos sociais, se agruparam na rua para marchar até o Congresso. A multidão animada gritava palavras de ordem contra o governo e a PEC. Chegando no gramado em frente à rampa de acesso e ao espelho d’água, encontramos a “Casa do Povo” fechada ao povo, cercada por um forte esquema de segurança encabeçado pela Tropa de Choque da Polícia do Distrito Federal. Cerca de 15 minutos depois de ocupar o gramado, exigindo a rejeição da PEC por parte do Senado, recebemos as boas vindas com bombas e gás lacrimogênio lançados pela Polícia. Grande parte dos manifestantes começou a dispersar, em pânico com a reação policial.

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A partir daí, a Esplanada dos Ministérios transformou-se em uma praça de guerra poucas vezes vista na história da Capital Federal. Vidros foram quebrados, carros ateados em fogo, e uma viatura da polícia foi virada por manifestantes. A ação policial foi, no entanto, desproporcional, seguindo uma prática de repressão aos movimentos sociais que remonta à época da ditadura, aplicando métodos que representam o mesmo que ‘esmagar moscas com um martelo de pilão’. O carro de som do ato foi encurralado e alvejado com gás; helicópteros lançavam bombas do céu. Há imagens, vídeos e relatos de muitas pessoas feridas com as balas de borracha e os estilhaços, desacordadas, e mesmo desparecidas, sendo em sua maioria estudantes. A Polícia e a imprensa falam em 'vandalismo' por parte da gente que se manifestava, mas silenciam sobre a violência física desencadeada contra a juventude e os trabalhadores, a violação dos direitos sociais e o comprometimento do futuro do país com as consequências da PEC.

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Apesar de ter se tornado mais um episódio de violenta repressão do Estado contra sua população, o ato do dia 29 demonstrou que há sim setores da sociedade dispostos a não entregar de mão beijada os direitos conquistados a duras penas por gerações que nos antecederam, e que foram consubstanciados na Constituição Cidadã de 1988. Também, ficou evidente que o movimento docente só tem força quando se integra aos demais movimentos sociais, reconhecendo-se como trabalhadores e servidores públicos com causas em comum. Precisamos fortalecer a luta e não esmorecer. A PEC 55 ainda passará pelo segundo turno no senado, no dia 13 de dezembro. Mesmo sendo aprovada, a luta não cessa no final do ano: 2017 será um período de intensas lutas com o avanço do processo de golpe em curso no país. É fundamental que todos estejamos prontos para defender nossas condições de trabalho, a produção de conhecimento autônomo, e o direito à Saúde e Educação com o devido investimento público.”