NOTA PÚBLICA DA SESUNIPAMPA A RESPEITO DAS OCUPAÇÕES E O REPÚDIO A
QUALQUER TENTATIVA DE CRIMINALIZAÇÃO DESTAS
Como é de conhecimento da comunidade acadêmica há ocupações em 6 (seis)
unidades da UNIPAMPA, as quais têm como pauta os cortes na Educação Pública
brasileira, a postura da Reitoria da UNIPAMPA diante dos cortes e a demissão de
cerca de 121 servidores terceirizados. Conforme expresso em assembleia geral,
por diversas vezes, a direção da SESUNIPAMPA louva a inciativa dos nossos
estudantes em ocupar legitimamente um espaço público, fazendo um movimento pela
base na defesa de todos; bem como faz coro à pauta exposta.
Sabemos que, neste momento, surge o conflito a priori entre
o exercício da liberdade individual de docentes que querem manter suas
atividades em sala de aula, o direito de manifestação dos estudantes e o
direito à educação – todos previstos em nossa Constituição Federal de 1988.
Dissemos a priori pois o seu verdadeiro sentido é constituído
nos movimentos e na luta pela cidadania, este direito posto torna-se,
verdadeiramente, vivo nas lutas diárias e cotidianas que travamos pela
UNIPAMPA.
Desta maneira, encontramos, diante de nós, o desafio de os ponderar e
que, desta ponderação, resulte o menor prejuízo ao direito de cada parte
envolvida. No nosso caso, estamos diante de um movimento coletivo de estudantes
defendendo o acesso de todos à educação pública, gratuita e de qualidade e,
quando opomos o nosso direito individual, haverá, sem dúvida, prejuízo.
Entretanto, compreendemos ser legítimo o direito dos estudantes enquanto
categoria de paralisar e poder – independente da posição do docente – ter o
direito de repor conteúdos e avaliações, no caso daqueles que deram
continuidade às atividades.
Salientamos que num movimento como este, de dimensões nacionais, o
docente ao exercer seu direito dificulta ou inviabiliza o direito real da
maioria. Tal posição tem, como consequência, um gradual esvaziamento do
movimento. Além disso, lembramos que, em 2012, quando declaramos greve os
estudantes foram solidários a nós paralisando, após assembleias gerais da
categoria, suas atividades em apoio a uma pauta unificada.
Portanto, apoiamos e reconhecemos o direito dos estudantes da UNIPAMPA
de paralisar as atividades e realizar ocupações oferecendo, desde já, todo o
suporte jurídico e solidariedade. Ademais, refutamos e condenamos quaisquer
tipos de criminalização dos estudantes das ocupação seja por força policial
seja por meio administrativo.
Bagé, 13 de junho de
2016.
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