NOTA DA DIRETORIA DA SESUNIPAMPA
A Diretoria da Sesunipampa vem a público se manifestar diante do cenário político nacional. Assistimos com consternação à onda de violência política iniciada nos últimos anos, mas que se acirrou nas últimas semanas, em consequência do crescente ódio manifestado por setores da população brasileira, em especial por segmentos fascistas que apoiam um dos candidatos à presidência que disputa o segundo turno. Este candidato tem se notabilizado em tempos recentes por declarações ofensivas, de caráter racista, misógino, lgbttfóbico e xenófobo, e mesmo durante campanha, tem reafirmado posições e opiniões de caráter antidemocrático, reavivando o que há de mais podre e odioso nas tradições autoritárias que persistem no seio da sociedade brasileira.
À Unipampa, em particular, e às universidades públicas, em geral, já extremamente fragilizadas pelos recentes cortes e pela progressiva diminuição de seu orçamento – uma verdadeira política de "desinvestimento" da Educação Pública brasileira – está reservado um futuro de sérias dificuldades nos próximos anos. No caso de vitória do candidato do campo autoritário, esse futuro se concretizará em um cenário profundamente sombrio, em que as frágeis liberdades democráticas que o país ainda conserva, e sobre as quais se sustenta a universidade pública e o trabalho docente, estarão seriamente ameaçadas. O sufoco financeiro pelo qual passamos tem grandes chances de ser potencializado, tornando a universidade num ambiente tomado pelo medo, pela maior intensificação da precarização de nosso trabalho cotidiano e pelo cerceamento à livre manifestação do pensamento, elemento imprescindível para a concretização dos processos de ensino, pesquisa e extensão, atividades que fundamentam a existência da universidade.
Nesse sentido, a Sesunipampa afirma seu compromisso com a democracia, posicionando-se em defesa da universidade pública, gratuita, referenciada socialmente, e veementemente contra o avanço do fascismo, do autoritarismo e do ódio político que têm assolado a sociedade brasileira. Avaliamos, igualmente, que o momento exige uma posição firme também dos dirigentes das instituições públicas de ensino, a exemplo de iniciativas que têm sido tomadas, no último período, por diversos conselhos de universidade (como da UFRGS) e entidades como a ANDIFES. Sendo assim, e dando cumprimento a um dos encaminhamentos deliberados por assembleia docente do dia 17 de outubro, conclamamos à Reitoria da Unipampa e ao seu Conselho Universitário que se manifestem publicamente diante desse cenário, corroborando esses compromissos, em defesa da universidade pública e das liberdades democráticas.
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