sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

NOTA SESUNIPAMPA: Não à naturalização do ensino remoto e ao retorno de aulas presenciais


 

NOTA ASSEMBLEIA SESUNIPAMPA:

NÃO À NATURALIZAÇÃO DO ENSINO REMOTO E AO RETORNO DE AULAS PRESENCIAIS SEM VACINAÇÃO PARA TODXS E SEM CONDIÇÕES SANITARIAS ADEQUADAS

1.      Considerando que o contexto de pandemia pela COVID 19 está ainda em curso, assolando a população mundial há quase um ano, e onde no Brasil temos experienciado um dos seus piores momentos com um número de vítimas acima de 1200 vidas por dia, fato agravado pela postura negacionista frente a ciência pelo governo federal que rebate, na ausência de uma política objetiva, transparente e efetiva de combate a pandemia quer pela necessária afirmação da continuidade do auxilio emergencial, quer por um plano efetivo de vacinas e neste quesito de uma política nítida de aquisição de insumos.

2.      Considerando que nesse contexto um conjunto de universidade públicas, nas quais se incluem a UNIPAMPA, tiveram que acatar modalidades de ensino remoto, forma amplamente criticada por seus possíveis efeitos negativos: aumento da evasão e exclusão da comunidade discente; sobrecarga de trabalho e consequente adoecimento profissional, falta de formação adequada para a utilização de tecnologias digitais, falta de auxilio de custo  para utilização de tais tecnologias na casa dos docentes e sofrimento psíquico por experiencias não presenciais precárias e sem um retorno qualificado do processo de ensino aprendizado.

3.      Considerando que os efeitos negativos se concretizaram, como vimos a partir de diversos relatos de docentes e discentes da UNIPAMPA, que relatam exaustão, melancolia e agonia do processo remoto, do crescente aumento de desistência de discentes durante as aulas realizadas, da sua dificuldade de acompanhamento (de infraestrutura-rede e pedagógico), da compreensão de tempo dos semestres que acelera e desqualifica o processo entre outros elementos que demonstram a precarização de nossa atividade e sintomas e situações de adoecimento profissional. Isto se agrava pela falta de informações institucionais, fundamentais para a realização de um balanço crítico de tal experiencia, razão pela qual os docentes sentem-se isolados nesse processo. Neste sentido reforça-se que neste cenário o ensino remoto não pode ser naturalizado como forma padrão, mas sempre focado em sua dimensão excepcional e a dinâmica geradas: de oferta somente de componentes eletivos, de redução da oferta, e do   processo pedagógicos remotos nocivos a construção do conhecimento crítico.

4.      Considerando que já nossa vocação universitária é das aulas presencias e que todos e todas queremos voltar a tal dinâmica e ainda não o fizemos pro culpa única e exclusiva do governo Bolsonaro – que, ao negar a pandemia e a ciência atrasa, as possibilidades de retorno efetivo – devemos reafirmar, com o agora processo de vacinação em curso truncado e mal gerenciado em nível federal que qualquer voltas as atividades presencias só poderá ocorrer com a vacinação para todas e todos e que devemos respeitar a ordem do PNI e afirmar complementarmente as condições sanitárias necessárias dos prédios, dos equipamentos, do número de pessoas e etc. A volta precisa ser muito bem planejada e com sólidos protocolos de segurança construídos cientificamente e com a comunidade acadêmica. A volta, ou a pós-pandemia, deverá ser processual, gradativa e afirmando que todas as vidxs importam.

Neste sentido, a SESUNIPAMPA/ANDES-SN a partir da análise de conjuntura realizada em assembleia geral, ocorrida no dia 04 de fevereiro, reafirma as reflexões da base docente:

a)      Transparência nos dados sobre o funcionamento das atividades acadêmicas durante a pandemia (salientamos que foi encaminhado pela nossa assessoria jurídica um pedido formal de informações para a reitoria) para que possamos realizar os necessários balanços críticos e formas possíveis de humanização enquanto durar tal modalidade.

b)      A volta as atividades presenciais somente serão apoiadas com vacina para todos e todas e condições sanitárias adequadas, indicando uma greve sanitária se ocorrer qualquer outra alternativa que exponha a vida de nossa comunidade acadêmica

A Sesunipampa estará sempre na luta pelos direitos da categoria e por uma universidade pública, gratuita, laica e com ensino de qualidade.

 

SESUNIPAMPA, 11 DE FEVERERIO DE 2021

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