A Diretoria da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Pampa – SESUNIPAMPA/ANDES – vem por meio desta nota manifestar seu repúdio aos recentes atos de criminalização dos movimentos sociais, tais como a censura ao show de Caetano Veloso em uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST em São Paulo e o gravíssimo e violento ataque da Polícia Civil/RS contra as organizações anarquistas e coletivos culturais, especialmente a invasão da Organização Pandorga no bairro Azenha, Porto Alegre na manhã do dia 25 de outubro de 2017, quando, sem mandado judicial, a polícia, em uma operação denominada Érebo, praticou agressões físicas e psicológicas durante aproximadamente duas horas e meia, em que os artistas, educadores e ativistas ficaram detidos na mira de armas, sendo obrigados a ficarem deitados no chão. Nesse mesmo dia, a operação Érebo da polícia civil, acompanhada de jornalistas da Rede Globo/RBS, pratica outra ação truculenta e desmesurada, dessa vez contra a organização não-governamental Parrehesia, localizada na Cidade Baixa em Porto Alegre. A Federação Anarquista Gaúcha – FAG, provável destinatário das operações da polícia civil, vem alertando para os constantes ataques sofridos pela organização nos últimos anos, que expressam nada mais que uma prática inconstitucional contra a liberdade política.
Considerando essas atitudes como inaceitáveis e desmedidas em uma democracia, onde o respeito às liberdades de expressão política e artísticas deve ser exercido e defendido, a SESUNIPAMPA repudia veementemente qualquer prática de criminalização do direito constitucional de livre associação e de manifestação política. Entendemos que estes ataques contra os movimentos sociais não são localizados somente nesses grupos, mas se inscrevem em um contexto mais amplo de violência dirigida a militantes, trabalhadores e trabalhadoras, que resistem na luta pela defesa dos direitos que vem sendo cotidianamente atacados pelos governos, em nome dos interesses do setor financeiro e do grande capital. Reiteramos, de acordo com o que tem sido a prática do ANDES-SN, nosso pleno engajamento e protesto contra qualquer tipo de investida dirigida a grupos que lutam pela defesa dos direitos sociais e políticos da população brasileira.
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