Três segmentos paralisam Unipampa contra corte de recursos
Quatro campi da instituição estão ocupados por estudantes, professores e técnicos
Jaguarão é um dos campi da Sesunipampa ocupado pelos três segmentos
O corte de recursos protagonizado ainda pelo governo Dilma Rousseff pode fazer a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) fechar as portas até o mês de novembro. Isso, mesmo com o corte, que seria de 50%, ter sido refeito pela reitoria da instituição, que definiu o percentual médio de 44%, atingindo as verbas de custeio, usadas para manter a máquina em funcionamento. A partir disso, além de prejuízo em pagamento de diárias, conta de água, luz, telefone, haverá também uma drástica redução no serviço das empresas terceirizadas.
Segundo informação repassada pelo próprio reitor da instituição, professor Marco Hansen, à diretoria do sindicato docente da instituição (Sesunipampa), é certo que em Jaguarão, por exemplo, haverá demissões de terceirizados e o cálculo é que no serviço de vigilância, o número cairá de 8 para 6 funcionários, enquanto que na limpeza, o corte atingirá 50%, com o número de trabalhadores sendo enxugado de 10 para 5, o que impactará em um aumento da carga horária daqueles que ficarem.
Conforme o presidente da seção sindical, que é filiada ao ANDES-SN, Caiuá Al-Alam, a pressão gerada pela ocupação dos três segmentos em quatro campi surtiu efeito, a tal ponto que ainda nesta quarta (18), a reitoria lançou uma nota pública (para ler, clique aqui) repudiando os cortes orçamentários e se solidarizando com as manifestações das categorias. As unidades que estão paralisadas e ocupadas são as de Jaguarão, São Gabriel, Caçapava do Sul e São Borja. Em Bagé, segundo o dirigente da Sesunipampa, a paralisação é parcial, enquanto em Santana do Livramento a paralisação é total, mas sem ocupação do prédio. No campus de Dom Pedrito, a paralisação também é parcial.
Os professores da Unipampa aprovaram em assembleia, na última terça, 17 de maio, paralisação de três dias que iniciou na quarta, dia 18, e segue até sexta, 20 de maio. Conforme Caiuá Al-Alam, na próxima segunda, 23 de maio, haverá nova assembleia para avaliação do movimento e decisão sobre ações futuras. Na avaliação do dirigente da Sesunipampa, apesar de ser positivo o fato de o reitor ter lançado nota pública favorável ao protesto dos segmentos, é preciso ir além, pressionando a Associação dos Reitores (Andifes) para que cobre o governo interino, de Michel Temer, uma revisão nos cortes.
União dos segmentos
Um dos aspectos importantes dos protestos que estão ocorrendo na Unipampa é a união dos três segmentos. A dirigente do Sindicato dos Técnico-Administrativos (Sindipampa), Cristiane Ricordi, do campus de Jaguarão, informou à assessoria de imprensa da Sedufsm, que a categoria aprovou paralisação em todos os campi da instituição. Na unidade de Jaguarão, acrescentou ela, os técnicos vão ficar paralisados enquanto continuar a ocupação dos estudantes.
Alan Cereda, estudante de História no campus de Jaguarão, e integrante do Bloco de Lutas pela Educação Pública, avalia que as ações que estão empreendendo faz parte de uma luta maior, que ocorre em vários estados do país, contra a precarização e a privatização da educação. Dentre os prejuízos imediatos sentidos pelos estudantes com os cortes efetuados na Unipampa, Cereda destaca a paralisação da obra que dará lugar à Casa do Estudante, no campus de Jaguarão, e a paralisação da construção do prédio acadêmico 2, que havia sido uma conquista após a mobilização que ocorreu em 2013.
Segundo o integrante do Bloco de Lutas pela Educação, a perspectiva é de que as ocupações nos campi continuem e que estão atuando no sentido de buscar a solidariedade e ao mesmo tempo a atuação conjunta com outras instituições, entre elas, as escolas secundaristas e o Instituto Federal Sul. Para mais informações sobre o Bloco de Lutas pela Educação Pública, clique aqui. E, para conferir mais informações do blog da Sesunipampa, clique aqui.
Confira mais fotos abaixo.
Texto: Fritz R. Nunes
Fotos: Bloco de Lutas pela Educação Pública
Assessoria de imprensa da Sedufsm
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